Por norma, quando a Coreia do Norte grita e ameaça muito não quer fazer mais do que mobilizar as forças que restam aos seus esfomeados súbditos para o ódio ao Inimigo do Sul e do Ocidente, desviando-o da pontaria ao Líder e à Nomenklatura. Desta vez, a folclórica opção por não responder à chamada "raulsolnadesca" do outro lado pode significar outra coisa, que o Sr. Kim Jong Un percebeu ter de introduzir uma variação de discurso que assustasse o Exterior, para, com declarações de totalitarismo bélico à mistura, ter alguma coisa de que, fingindo abdicar, o capacitasse para simular uma negociação. O problema está em que as dinâmicas dos anúncios de guerras totais costumam surgir quando as coisas começam a correr muito mal e, concomitantemente com rios de sangue deles derivados, acarretar o fim sem glória aos seus fautores, salvo no espírito ultrafiel do eterno punhado de admiradores irredutíveis que prescindem de julgar por estarem demasiado ocupados em aderir. Conforme confirma o precedente reproduzido de seguida.
O que pode tornar o episódio trágico é o facto de os fanáticos serem por natureza optimistas...
Aprendiz de feiticeiro, o rapaz ainda pode ser tentado a uma fuga para a frente; mas não acredito que os chineses deixem, ou seja tão incompetentes que o deixem fugir ao controlo. Seria uma maçada para as suas pretensões. Quem brinca com o fogo, porém...
ResponderEliminarAb.
caro Paulo, o kim parece-me um jaquim sem muito estofo; pela primeira vez, talvez, um líder fantoche mas de lá, onde o sol nasce, tudo é imprevisível e radical tal como as dores que a fome trás.
ResponderEliminarabraço
Acredito que os chineses no seu próprio interesse, consigam controlar a situação, mas não seria inédito que estes loucos varridos tomem o freio nos dentes e empreendam a fuga em frente.
ResponderEliminarBeijinho Paulo
Venha a guerra.
ResponderEliminarCaríssimo RAA,
ResponderEliminarpois, eu temo é que o facto de ter a quem sair o faça correr para mostrar que sabe fazer diferente e mais eficaz que o Paizinho e o Vovô, impondo-se aos militares com o truque fácil de lhes dar trabalho.
Pequim é uma esperança, mas este novo alinhamento na condenação não implicará que já perderam as rédeas do animal?
Meu Caro João,
concordo inteiramente, mas é precisamente isso que me assusta. É característica de alguns (ir)responsáveis fracos a obsessão de mostrar músculo a qualquer preço.
Pois é esse o problema, Querida Ariel. O melhor seria apearem-no a partir de dentro, mas ignoro se têm os meios para isso, de um momento para o outro.
Meu Caron Flávio,
infelizmente creio que esta seria sem glória ou proveito, salvo para os milhões que, de qualquer forma, já agonizam, esfomeados.
Beijinho e abraços