La Nouvelle Revue d’Histoire n.º 59


A escassez de revistas de divulgação histórica portuguesas tem que ser compensada com títulos que vêm do estrangeiro e se encontram à venda entre nós. Há entre eles um que merece especial destaque. “La Nouvelle Revue d’Histoire” (67 páginas, 7,90 euros) é uma publicação de elevada qualidade, com um alto nível de análise e de colaboradores. Com um grafismo simples mas atractivo e uma bela e útil ilustração dos artigos, traz-nos bimestralmente temas interessantes, pertinentes e actuais.

O número mais recente, relativo aos meses de Março e Abril, disponível nas bancas nacionais, tem como tema central “Crimes de Estado e escândalos políticos” e oferece um óptimo ‘dossier’ onde podemos encontrar artigos desde o assassinato de César até ao enigma da morte do presidente norte-americano John F. Kennedy.

Do extenso e variado conteúdo, merecem ainda destaque o artigo de Aymeric Chauprade sobre Friedrich Ratzel e o nascimento da Geopolítica e as entrevistas com o historiador Jean des Cars sobre “os caminhos da velha Europa” e com o director da revista, Dominique Venner, sobre “o imprevisto na História”, tema que dá o título ao seu último livro.

Uma revista incontornável para todos os entusiastas desta disciplina fascinante que é a História.

Sempre connosco

Para o Rodrigo

Alto na sua torre
Está o poeta, soldado
Que nunca morre.

Com pensamentos mil
Sobre um país, desabado
Num mês de Abril.

Mas é mais forte
O seu sonho desfraldado,
Que a fria morte.

Em nós vive agora.
Viverá sempre, celebrado
Depois da nossa hora.

Lisboa, 28/3/2008.


18 de Fevereiro de 1944 — 28 de Março de 2004

Um livro actual

A polémica em torno do famigerado Acordo Ortográfico (AO) não morreu e está longe de estar terminada. Em 2008, quando este foi promulgado, Francisco Miguel Valada publicou um pequeno livro onde rebate com argumentos linguísticos este desastre que se abateu sobre a nossa Língua. “Demanda, Deriva, Desastre – os três dês do Acordo Ortográfico”, não podia estar mais actual.



Depois entrar em casa dos portugueses o Acordo Ortográfico (AO) voltou a ser um tema que está na ordem do dia e a oposição a este disparate é cada vez maior. Francisco Miguel Valada é intérprete de conferência em instituições comunitárias e reside em Bruxelas. Tem sido um incansável opositor ao AO, denunciando-o desde a primeira hora em vários debates e artigos publicados na imprensa. O semanário "O Diabo" publicou uma grande entrevista com ele, no dia 6 de Março de 2012, onde afirmou que o seu livro “deu o seu contributo na tentativa de chamar a atenção para um problema que muita gente teima em defender sem ler o AO. E através do livro, pelo menos, consegui que algumas pessoas que me disseram ser, em princípio, a favor do AO, declarassem publicamente a mudança de opinião. A estabilidade de uma norma ortográfica não se põe em causa com argumentos falaciosos”. Continua a dar. Bem fundamentado e acessível ao público em geral, é essencial para percebermos o que está em causa com a imposição do AO.

No posfácio escreveu: “Tocqueville dizia que a procura da igualdade criava a ilusão de um objectivo jamais atingível. O mesmo dizia Pascal sobre o divertimento. A unidade da ortografia da língua portuguesa é a igualdade de Tocqueville e o divertimento de Pascal. Nada mais do que isso”.

"24 de Março" - Dia da mentira


Enquanto a máfia kirchnerista comemora o seu " dia da memória" hemiplégica, enquanto no (Des)Governo e no Estado pontificam delinquentes e assassinos, enquanto 1.000 militares e homens de bem apodrecem nas masmorras da "liberdade e da democracia" porque ousaram cortar o passo à guerrilha marxista, ainda há quem se lembre e se bata para repor a Verdade e amarrar os criminosos ao pelourinho. É pena que aqui no rectângulo não há ninguém disposto a fazer o mesmo com os coveiros da Pátria.

Sintonia fina

Doente, a pressentir - acertadamente - o fim próximo, Maurras sai pela última vez da clínica de Saint-Symphorien-lès Tours para visitar o túmulo do grande Pierre de Ronsart. É curioso que o Mestre da Contra-Revolução tenha feito questão de enviar esta fotografia, acompanhada de um cartão com um curto relato do passeio, à Salazar. Conhecendo-se o fascínio que lhe inspirava o "príncipe dos poetas e poeta dos príncipes" e a admiração entusiástica que nutria pelo construtor do Estado Novo, o gesto, carregado de simbolismo, talvez não tenha nada de curioso. Trata-se daquela sintonia que somente as almas irmanadas conseguem lograr.

Um "femomeno"

Melhor do que isso só mesmo as teses e conferências do celebradíssimo Prôfêssôdôtô Prêzidêntchi Siuva. Não vai custar muito e os pacóvios cá do burgo, todos modernassos, irão furar-nos os olhos com pérolas deste teor. Neste dobre de finados de Portugal e do Português, vai o postal dedicado ao nosso Amigo Bic Laranja, autêntico Lidador da Língua Pátria.

Um ano d'O Diabo


Com a edição de hoje, completa-se um ano desde que aceitei o desafio de dirigir este jornal independente, resistente e a contra-corrente. Muito trabalho, mas ainda mais gozo. O tema de capa - uma causa que me é muito cara - não podia ser melhor. Muito obrigado a todos os leitores.

O estudo da História (II)


É um tema ao qual regresso eternamente. Ainda há pouco tempo falei dele aqui. Desta vez, ao ler o livro "Civilização - O Ocidente e os Outros", de Niall Ferguson, deparo-me com uma passagem que não resisti a reproduzir: "Durante os últimos trinta anos, incutiram aos jovens das escolas e universidades ocidentais a ideia de uma educação liberal sem a substância do conhecimento histórico. Ensinaram-lhes 'módulos' isolados, não lhes ensinaram narrativas e muito menos cronologias. Foram treinados na análise das fórmulas de excertos documentais e não na competência-chave de ler muito, de forma generalista e depressa. Foram encorajados a sentir empatia por centuriões romanos imaginados ou pelas vítimas do Holocausto mas não a escrever ensaios sobre os 'porquês' e os 'comos' das respectivas condições."

Novo "Público"

O "Público" celebrou hoje o seu 22.º aniversário oferecendo o jornal nas bancas. A iniciativa tinha também o objectivo de dar a conhecer o novo formato e o novo grafismo, formas de tentar contrariar a crise pela qual passa a imprensa. A edição de Domingo vinha sendo um tubo de ensaio desta mudança, que agora se concretizou. O filósofo José Gil foi director por um dia e o tema principal saiu do habitual dos jornais quotidianos. Apesar de várias alterações, o "Público" não mudou radicalmente. Parece-me que o seu público continuará a ser exactamente o mesmo.

Uma curiosidade. De manhã cruzei-me com um amigo e disse-lhe que o "Público" hoje era grátis. Já se aproximava a hora de almoço e ele duvidou que a banca ainda tivesse exemplares. Enganou-se. Nos tempos que correm, nem oferecendo o jornal se consegue esgotar uma edição.