Um livro actual

A polémica em torno do famigerado Acordo Ortográfico (AO) não morreu e está longe de estar terminada. Em 2008, quando este foi promulgado, Francisco Miguel Valada publicou um pequeno livro onde rebate com argumentos linguísticos este desastre que se abateu sobre a nossa Língua. “Demanda, Deriva, Desastre – os três dês do Acordo Ortográfico”, não podia estar mais actual.



Depois entrar em casa dos portugueses o Acordo Ortográfico (AO) voltou a ser um tema que está na ordem do dia e a oposição a este disparate é cada vez maior. Francisco Miguel Valada é intérprete de conferência em instituições comunitárias e reside em Bruxelas. Tem sido um incansável opositor ao AO, denunciando-o desde a primeira hora em vários debates e artigos publicados na imprensa. O semanário "O Diabo" publicou uma grande entrevista com ele, no dia 6 de Março de 2012, onde afirmou que o seu livro “deu o seu contributo na tentativa de chamar a atenção para um problema que muita gente teima em defender sem ler o AO. E através do livro, pelo menos, consegui que algumas pessoas que me disseram ser, em princípio, a favor do AO, declarassem publicamente a mudança de opinião. A estabilidade de uma norma ortográfica não se põe em causa com argumentos falaciosos”. Continua a dar. Bem fundamentado e acessível ao público em geral, é essencial para percebermos o que está em causa com a imposição do AO.

No posfácio escreveu: “Tocqueville dizia que a procura da igualdade criava a ilusão de um objectivo jamais atingível. O mesmo dizia Pascal sobre o divertimento. A unidade da ortografia da língua portuguesa é a igualdade de Tocqueville e o divertimento de Pascal. Nada mais do que isso”.

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