O Prof. Freitas sabe as responsabilidades que tem na instauração do regime, pelo que uma declaração destas só pode significar a fuga para a frente, na tentativa de escapar ao incómodo do arrependimento. A Língua é uma coisa muito traiçoeira, mas fazer por acreditar que a saída para o País repousa no acrescento de um ditongo que junte velha receita a uma fonética próxima da conjugação do verbo dizer é fantasia forçada, a de querer fazer da dissolução a solução. Só pode passar pela cabeça de quem, muitos anos atrás, inundou todos os cantos do Rectângulo & Ilhas com uma brochurazita a garantir que tinha uma no bolso, mas a prescrição é sempre a mesma e contraproducente: "novas eleições, outras eleições e mais eleições", para entreter, gastando mais uns milhões, adiando eternamente a consciência do âmago do falhanço e querendo ver nas causas do problema a maneira de o resolver. Foram as eleições que puseram esta gente na (mal)feitoria a que estamos sujeitos, pelo que um verdadeiro arrepiar de caminho não pode continuar a ser o mesmo caminho de arrepiar. Os Partidos deram-nos como capatazes à la carte os frutos das respectivas Juventudes, mal saídos da idade do armário, é certo. E continuam nessa lastimável senda. Mas quem criou instituições e alienações da Soberania que os permitissem como gerentes a soldo da Estranja foram o Senhor Professor e os Seus Pares. Este apelo ao actual ocupante de Belém é, mais do que uma adicional mordedura da mão que o alimentou, uma patética tentativa de lembrar que quisera o cargo e, assim, arrogar-se uma autoridade para pontuar a maneira de exercê-lo. E, quem sabe se, lá no íntimo, não querer lembrar que ainda está vivo, logo disponível para mais uma corridinha a apresentar como sacrifício? Pelo despeito ou pela ambição, as lágrimas dali provenientes serão sempre de crocodilo, enquanto que o Transcendente Amor a esta tão maltratada terra as volta, enfaticamente, a jorrar de sangue. Agravadas pela reiterada impostura de ser Obrigado a assistir ao espectáculo lúgubre de fazer passar por soberano um Povo quando a Soberania, roubada a Reis, Leis, cunhagens, controlos e decisões, apenas sobrevive na Dívida.
Dissolução, de Oleg Togyopin
Bem, eu "nessa guerra" não me meto, pela simples razão que também pugno pela solução preconizada pelo prof. Freitas, embora esteja completamente de acordo com a caracterização que o meu Querido Amigo faz da personagem, e da terrivel realidade quanto ao sistema partidário...
ResponderEliminarBeijinho Paulo
Ai, a Querida Ariel também enfileira entre os que, de posse dum diagnóstico acertado da doença, desconfiam da terapêutica que salta aos olhos e insistem em tratar-se com pastilhas de açúcar?
ResponderEliminarBeijinho preocupado
Grandes linhas meu Caro Paulo! Mais do mesmo é o que essa gente - coveiros da Pátria - sabe receitar. O abismo está mesmo à frente e o tempo é escasso. Abandonemos já a matriz abrilina!
ResponderEliminarAbraço apertado.
E quanto ao Prof. Geleia... Os anos não parecem trazer-lhe a mais mínima vergonha na cara.
ResponderEliminarAbr.
Obrigado, Meu Caro Marcos. Urge fazê-lo. Não sei se ainda será a tempo de salvar algum resto de Portugal, mas ao menos para que nos dignifiquemos um pouco...
ResponderEliminarParece mesmo estar a ver se se lembram dele para o lugarzito de usurpador de algibeira, ali à Beira-Tejo. Tudo de acordo com a insistência com que, noutra época de dificuldades, dava entrevistas a Semanários a propor-se para Ministro das Finanças, coisa que só despertou sorrisos.
Abraço