Aspiração Central

O problema nem é tanto de "gorduras do Estado", na vertente da sua administração autónoma, nem, só, de identidades circunscritas. É uma opção política de fundo, a de acometer contra os únicos centros de Poder que permitem com facilidade a candidatura de listas independentes e, nessa medida, a exacerbação do império odiento das listas dos partidos. Nada de espantar, num sistema herdeiro do centralismo neo-jacobino, que junta na mesma cajadada o coelho (sem alusões a responsabilidades últimas) da simulação de reforma economizadora. Nos municípios não toca, porque poderosos, ou por serem ainda coutada dos emblemas fraccionários, mas nem é bom que o faça, já que podem constituir o único embrião de uma futura substituição de Autoridade, ao denotarem a derradeira confiança profícua entre governantes e governados, em não poucos casos. A Freguesia em que vivi quarenta anos é presentemente ameaçada de junção à que alberga a sede concelhia. Não tem a osmose forçada pés nem cabeça, mesmo segundo critérios de gestão, porque, para além da História, contém população maior que a reunida sob a jurisdição de muitas câmaras e porque a fusão pretendida é bem capaz de prejudicar a propaganda da actividade turística que tão fortemente contribui para lhe garantir o pão. Mas de más acções está este mandato governamental cheio.
                                                             Requiescat in pace

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