Crise geral, ou crise em mim? Já nem consigo experimentar a leve excitação de outrora, na curiosidade de ver anunciados os nomes de um novo Governo. Há muito que deixei de crer na fecundidade das mudanças no presente sistema, por não envergar uma das camisolas dele, decerto, mas, muito mais, por ser contra a própria essência dessas divisivas insígnias.
Ouvi os comentadores por mero descargo de consciência. E o enjoo voltou, ao ter de suportar tudo o que seja cão, gato, cobra ou papagaio dos debates televisivos elogiar a competência técnica dos novos titulares das pastas das Finanças e da Economia, lamentando-lhes, no entanto, a inexperiência política. Não creio que, para além de opinadores prudentes e remunerados em busca de uma reserva salvadora que funcione como escapatória se as coisas correrem mal, alguém partilhe receios desse teor: seria muito pior se lhes reconhecessem experiência política e incompetência técnica, coisa reservada para as coordenações ministeriais por, aí, a tecnicidade ser um romantismo a esquecer. Quero ser bem claro, a virgindade governativa, considerando o caos a que tantos experimentadíssimos políticos nos conduziram, é a melhor das cartas de recomendação que o actual regime pode facultar.
No resto, se há quem nos possa tratar da Saúde, é o Escolhido; e tenho uma prudente expectativa na Educação, a par de um imprudente cepticismo na Justiça. Espero, neste último caso, que seja eu, hic et nunc a ser... injusto.
"...a virgindade governativa, considerando o caos a que tantos experimentadíssimos políticos nos conduziram, é a melhor das cartas de recomendação que o actual regime pode facultar."
ResponderEliminarTotalmente de acordo. Do que este país precisa é de um "reset" total, a começar pelo governo...mas que não deve parar por aí!
Ab
Tiago Santos
Então e dos ministros do PP não se diz nada?
ResponderEliminarRudolfo Moreira
O Manneken Piss vem realmente a calhar... Não só na Bruxelas actual. Mas em vista da "qualidade" da matéria político-governativa penso que o tratamento é até elogioso.
ResponderEliminarForte abraço Amigo Paulo.
Oremos, o país precisa que corra bem!
ResponderEliminarBeijinho Querido Paulo.
Claro que não, Meu Caro Tiago, a máquina administrativa precisa de um remédio radical da mesma natureza. Mas não se diz que o exemplo vem de cima?
ResponderEliminarPosso fazê-lo, Caro Rudolfo. Os Dois que acompanham o Líder parecem-me do melhor que Ele por lá tem. Resta esperar, para aquilatar da adequação.
Aí, ainda mais, Meu Caro Marcos. Quanto à delegação cá do Burgo, quis exprimir o mero alheamento, de forma mais líquida do que expressões mal-cheirosas consagradas.
Só com milagre, de facto, Querida Ariel.
Beijinhos e abraços
"...a máquina administrativa precisa de um remédio radical..."
ResponderEliminarE não só...o PAÍS precisa de mudar radicalmente de mentalidade. E, sim, o exemplo vem (ou devia vir) de cima. Pode ser que seja desta? Às vezes, as crises proporcionam as grandes oportunidades de mudança...Tenhamos, pelo menos, alguma esperança...
Ab
Tiago Santos
Meu Caro Tiago,
ResponderEliminardesta modalidade de cima já não espero grande coisa. Do lado, imposta pela estranja, poderia ser, se visse por lá gente de maior estatura. Mas, quer nos disciplinem, quer nos reneguemos, é triste, existe e só não teria sido, apesar do que nos impingem, fado.
Abraço
És mais optimista do que eu...que acho que, infelizmente, também é fado...
ResponderEliminarAb
Tiago Santos
Isso já é costume, ehehehe.
ResponderEliminarMas, se fosse Destino, não nos poderíamos culpar! Coisa boa para políticos, não para Homens sem mácula do género.
Abraço, Meu Caro Tiago