Ceci N´est Pas Une Subservience

Dicionário, de Andrew Mayfield
Cada vez mais o dicionário essencial à compreensão da linguagem dos políticos se torna um manual de maus passes de ilusionismo. O Sr. Sócrates a negar a subserviência quando vai dar contas da condução da sua política financeira à Chanceler germânica, sem ao menos o habitual disfarce de Bruxelas para salvar a face, já é morbidamente divertido, como toda a negação da evidência. Os termos em que o fez é que precisam de dilucidação.
Diz que o nosso país não é subserviente com ninguém e que só é subserviernte com o povo. Bem, mas então País e Povo são coisas diversas? Aquele não é Este + o território? Será que o PM se referia, então, ao solo? Claro, à terra, durante muito tempo, não restou outra condição que a servil, mas com a destruição da Agricultura já se vai libertando...
Ná, a explicação tem de ser encontrada na História e nas enciclopédias. O nosso governante, decerto, soube que Luís XIV disse O Estado sou eu. E adaptou a coisa à sua medida megalómana, quer significar O País sou eu. Mau, mas então terá tido um rebate de humildade e estará a assumir um servilismo perante o Povo? Nem parece coisa de quem usa tanto carro do Estado. Ah, achei! Há um outro sinónimo para Subserviência na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, precisamente o de bajulação. E assim o país é subserviente com o povo quer simplesmente dizer eu, Sócrates, sou um bajulador do dito. Nada de novo, enfim. Assim se fala em mau português.

10 comentários:

  1. Pois se tudo o que ele nega é verdade...
    Cumpts.

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  2. O país dele não é o meu. O dele entregou o Ultramar, capitulou à Europa e não passa duma coutada para os feitores porem em propriedade horizontal e alcatroarem. É sintomático onde já vai o Terreiro do Paço...
    Bic Laranja

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  3. Brilhante Paulo..., mas não o são todos???
    Beijinho

    :))

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  4. O homem achou que caía bem dizer que aqui tudo se submetia ao povo. E nos quadros mentais daquela cabecinha toda a submissão é subserviência. A quem estamos entregues!
    Rudolfo Moreira

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  5. Quod erat demonstrandum! ("Como se queria demonstrar")

    Ab

    Tiago Santos

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  6. Sim, Caro Bic, o nariz de Pinóquio honorário deve esclarecer-nos quanto à tal "da" subserviência.
    Também não me reconheço nele. E a mais bela praça da Europa tinha de ser loteada por gente sem escrúpulos, já que ainda vai sendo do pouco que temos dado como desejável.

    Querida Ariel,
    é o efeito de uma pontinha de luz sobre uma realidade que é esmagadoramente baça.

    Meu Caro Rudolfo,
    sem dúvida, faz parte das mentes deformadas que fingem acreditar que as hierarquias e o serviço são vergonha.

    Meu Caro Tiago,
    aplicando o título ao post, espero que se neutralize a ironia...

    Beijinho e abraços

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  7. Paulinho, andas a roubar-me os títulos que eu já roubei ao Magritte. Ladrão que rouba a ladrão... bom, o meu perdão tens sempre, o do Magritte não sei se algum dia teremos.
    Gostei do post (sei que tu preferes "posta", mas a palavra soa-me sempre a pescada, que queres?).

    Tenho andado afastada dos blogues mas passo a deixar um beijo porque não esqueço os amigos. E o nosso almocinho?

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  8. Querida Ana,
    eu, ou o Sr. Sócrates?!!!
    Vamos a ele, ao comilanço, digo. Podes Sexta?
    Se sim, concretizamo-lo por mail.
    Beijinho. Se Tu andas afastada, eu ando sem tempo. A ver vamos se no Carnaval recupero.

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  9. Vamos a isso. Acho que posso na 6a, sim, mas deixa-me ver melhor. Depois "mailo-te" a combinar.
    E vê lá se o Carnaval da Mealhada não te tenta, hein? :-)

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  10. Allons-y!
    Sabes que, comilão em vez de folião, da Mealhada, para mim, o perigo vem dos leitões.
    Beijinho

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