A Razão do Freguês

Na ânsia de mostrar serviço, vem o Governo fazer soar as trombetas de uma grande reforma (para compensar a pequenês galopante da que se expressa em pensões), a qual seria a da extinção de freguesias. O ridículo é que já se reformou da função de matador, ou não restariam políticos destes a zumbir por aí. O peso das mais pequenas autarquias é pequeníssimo, comparativamente com outras gorduras que por aí prosperam. Logo, apertamos o cinto nas moeditas e deixamos as notas de quinhentos mal aplicadas multiplicarem-se.
É possível que se pretendesse um efeito propagandístico com algum equívoco fonético: garantindo-se como exterminadores de freguesias, talvez conseguissem uns gramas de receptividade entre os distraídos que julgassem tratar-se da renúncia a cadeias de dependentes que, por favores políticos, o Poder alimenta. As tais que dão, junto do Homem Comum, mau nome ao Poder Local, tudo fazendo por esconder que a eficácia e justeza descentralizante se encontra pervertida não pelo número de divisões do território, mas pela condicionante das listas partidárias que as deformam. Vedem aos partidos a corrida aos cargos inerentes, cingindo-a a nomes sem mácula das facções instituídas e tudo reentrará nos eixos que fizeram a nossa sobrevivência, antes de Mouzinho da Silveira, Cª & Sucessores.

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