As metáforas dos políticos continuam a ser o caos de sempre. Agora, Seguro deu em tentar cativar a frígida Troika dizendo que Portugal «está num labirinto», quando o óbvio seria declará-lo num beco sem saída, porquanto no primeiro ainda se procura, com esperança, uma porta de evacuação salvadora e, presentemente, o abatimento e desespero gerais não consentem sequer a ideação dela. Claro que isso só teria importância se o destinatário o levasse a sério. Eu disse destinatário? Sim, porque esse não é a tal entidade estrangeira impositiva a quem o Secretário-Geral Rosa de dois em dois meses escreve, mas o Eleitorado, a quem tenta, provar que... dá cartas. O conteúdo é indigente, não só porque todas as soluções a que alude se resumem a pedidos de condições mais suaves para a escravatura que não contesta, como por repousar com desenfreada ênfase nas generalidades do Crescimento que resultaram com o Camarada Hollande, mas só antes de a governação e os puxões de orelhas germânicos ulteriores o terem resumido à insignificância desprezada e detestada que hoje é. A sua versão lusa, como ele proveniente do aparelho partidário, se não chega à detestação, é porque não encontra quem lhe ligue meia. O selo deste regime - e não só nas missivas para votante entreter - é o da obediência cega aos funcionários internacionais que nos conduzem para o matadouro. O remetente deste correio surrealista só se distingue dos que lá estão pelo volume da choraminguice.
Labirinto, de Leonora Carrington
Querido Paulo, completamente de acordo. Alías acabei de colocar lá na minha pobre taberna a expressão do meu sentimento de frustração, que o meu Amigo, como é seu timbre aqui brilhantemente expõe.
ResponderEliminarBeijinho
a troika vai pedir-lhe que passe a mandar sms
ResponderEliminarVou já ver, Querida Ariel. Agradeço a costumeira generosidade da classidicação com que me honra e faço coro Consigo sobre este dilema entre a frigideira e o fogo que querem impor a Portugal.
ResponderEliminarMeu Caro Rudolfo,
não é que o Cavalheiro os faça perder muito do tempo deles que, literalmente, é dinheiro. Mas será menos enfadonho, realmente.
Beijinho e abraço