Bufos e Bufões

Sei que na deslealdade, até porque passível de ser lida como variante do latrocínio, um agente pode almejar os cem anitos de perdão, caso traia os colegas. E a cartelização para esmifrar os clientes é mais do que desleal forma de rapina, pelo que ministrar do próprio remédio pode trazer indulgência ao huuuum novel terapeuta. A minha dúvida diz respeito, desde logo,  à sanidade de um sistema que deixa operar bancos consideráveis que se dedicam a cantar, para se sobreporem aos congéneres. É que esta também me parece uma forma de concorrência... desleal, o que a afastaria do estatuto de arrependido concedido a um tipo mais chão de criminosos e incompatível com a manutenção da actividade. De resto, temo que seja o prenúncio de uma sociedade em que se incentive a espionagem e relato do dia a dia de cada vizinho, onde o Big Brother não seja já o Estado, mas todo aquele que mora ao lado. Não haverá melhor maneira de nos considerarmos todos irmãos?
Depois, há a eterna escorregadela para o sentimento anti-Britânico, sem sequer considerar que o Barclays foi penalizadíssimo no seu próprio País, por práticas pouco dignificantes, o que o torna inadequado para emblematizar a Albion. Mas essas contas doutro Rosário constituem um óbice secundaríssimo à manutenção e expressão das aversões, claro está.
                                                   O Denunciante, de Vladimir Halovanic

2 comentários:

  1. rudolfo moreira14/03/13, 10:57

    talvez os administradores do banco inglês tenham tido um ataque de pureza desde que comeram pela medida grande

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  2. Ou então quiseram purificar-se ao extremo de salvar a pele, Amigo Rudolfo. Em todo o caso, penso que os manda-chuvas supremos já não coincidem com os que levaram o banco a ser tosado.

    Abraço

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