Que Espectáculo!

Daqui para a frente, Incrível Almadense deveria deixar de ser a designação de uma histórica sociedade recreativa do outro lado do Tejo, para passar a referir-se ao tribunal que produziu esta brilhante decisão. Nada tenho contra os shows eróticos, meio de empregar gente com qualificações específicas e de fazer andar a Economia. Mas não posso deixar de reconhecer que o espírito reformulador dos magistrados envolvidos vai muito além das aventuras linguísticas do Presidente Bill Clinton, embora na vertente puramente platónica. O Político Norte-Americano determinara que sexo oral não é sexo. Os Meretíssimos Juízes vêm sentenciar que uma exibição de sexo ao vivo não tem natureza sexual, ao aceitarem a argumentação nesse sentido com que a empresa interessada maltratou o labor dos seus funcionários. Fora eu um dos artistas envolvidos e zangar-me-ia a sério. Não sou. E só posso dar e achar graças a um País que tributa a oferta de alimentação a 23% e coloca a taxa do Erotismo a Cinco. O que uma vez mais é insultuoso para os protagonistas, na medida em que não reconhece à sua actividade o estatuto de Restauração, mesmo se os olhos também comem...
                                                        O Juíz, de Jackie Morris

7 comentários:

  1. Isto só me faz lembrar aquele "número" da Ivone Silva e do Camilo de Oliveira - "este país é um colosso, está tudo grosso, está tudo grosso!"

    Beijinho Paulo

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  2. Os "empresários" do sexo derivam que um "show" erótico deve ter uma outra tributação fiscal porque os "shows" são "Arte". Eu acho, caro Paulo, que não posso ousar seguir o raciocínio destes, outrora chulos, porque senão as sanitas seriam transformadas em galerias de arte...

    ... perdoe o meu indecoro mas há expressões que têm de ser usadas para ajudar à total compreensão das ilações.

    abraço

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  3. Querida Ariel,
    e a Deputada apanhada com uma alcoolémia obscena a guiar viu o Comentário da Minha Distintíssima Amiga e quis dar-Lhe razão à letra!

    Meu Caro João,
    Depois do urinol/«Fonte» do Duchamp, nem espantaria...
    Volto à minha, dêem as benesses que quiserem ao carvão da libido, mas taxar o que é essencial para TODOS a 23%, com patetices destas, chega a parecer criminoso.

    Beijinho e abraço

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  4. Meu Caro Paulo,

    O facto de o Ministério da Justiça ser agora tutelado por uma Senhora não deverá ter sido alheio a esta douta decisão do Tribunal de Almada. Para os nossos Meritíssimos Juízes, o conceito de mulher-objecto finalmente parece ter evoluído para... mulher, objecto-de-arte!?

    Um abraço

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  5. Ah, bom, Meu Caro Pedro, eu gostava era de conhecer a composição, por género, dos decisores. Mas talvez os Venerandos Magistrados, nesta época de respeito pelas Pessoas com Deficiência, só hajam querido compensar a cegueira da Justiça com a facilitação do voyeurisme...

    Abraço

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    1. Eheheh
      Uma decisão daquele calibre só pode mesmo servir para especulações mais ou menos jocosas sobre o que se terá passado na cabeça daquela gente erudita... como dizia um político brasileiro, “de cabeça de juiz e bunda de neném, ninguém sabe o que vem.”
      Quanto à composição por género dos decisores, não a conhecendo, estou no entanto capaz de apostar, em defesa da minha teoria, que havia pelo menos um macho... é que o machismo, quando manifestado por fêmeas, não dá abébias. :)

      Abraço

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  6. Grande citação, essa! Devia fazer parte da formação complementar de qualquer Ordem dos Advogados, ehehehehe.
    Parece que o Belo Sexo reage mais exclusivamente aos estímulos do tacto, em prejuízo dos visuais, quando cotejado com a nossa metade. Talvez isso dê uma pista...

    Abraço, Meu Caro Pedro

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