Parece, a todos os títulos, pouco feliz esta escolha do BCE. É que se a razão para as novas notas for, como adianta, a segurança, não faz qualquer sentido a opção pela Figura Mitilógica da Europa, passada à História como conivente deliciada com o que começara por ser o seu rapto e violação. Quererá o Sr. Draghi valer-se do simbolismo para se predispor à cumplicidade com os falsários? O problema é mais vasto e já António Sardinha em «ROUBO DE EUROPA» poetara sobre o assunto: o da docilidade deleitada com que o Continente convive com o desvio dos seus valores. Nesse sentido, também o entusiasmo em redor da «diversidade» que o novo meio de pagamento pretende consagrar não parece o mais acertado, pois um apelo consequente a uma União mais que nominal deveria, ao invés, sublinhar factores de coesão, em vez de evocar multiplicidades fragmentárias. Quanto à questão grega da consagração da origem da crise, creio lá bem enraizada no inconsciente dos autores da escolha uma entrega ao exorcismo - pela invocação de divindades Helénicas expulsar as fraquezas induzidas no euro pelos humanos da mesma nacionalidade.
O olhar de Ticiano
De facto, num momento como o que atravessa a Europa, em particular os chamados periféricos, a coisa soa até a humor negro...
ResponderEliminarBeijinho Paulo
Querida Ariel,
ResponderEliminaré. Como se a Suíça desatasse a imprimir dinheiro com imagens de indigentes, mesmo que não se tenha em conta as outras problematizações do post.
Beijinho