Eu respeito o arrependimento. Do remorso de grandes pecadores nasceram enormes Santos, começando por Aquele de Tarso de que carrego o nome próprio, Mas no caso de Lance Armstrong, não duvidando da sinceridade, quereria vê-lo mais consequente. Não basta a confissão das entrevistas, deveria devolver tudo o que ganhou nas competições aldrabadas. Não só os troféus, mas, igualmente, as retribuições pecuniárias que auferiu. Teria uma vida dura? Decerto. Mas seria parca penitência para tão grande falta. E não é o que vejo. Ao mesmo tempo que admite as suas culpas, diz que todos o faziam, tentando mitigá-las. Nunca as falhas dos outros são legitmação das nossas, mas, no caso dele, pior, pois construiu uma imagem granjeadora de simpatias pela vitória sobre a doença, sem referir que recorria a medicamentos para fins muito menos nobres, quer dizer para batota cuspida e escarrada. Se tiver razão, sugiro que dêem as medalhas e taças dele e dos seus concorretes aos "médicos" que os prepararam, mas nem é disso que se trata. O que sobressai é a traição a sucessivas vagas de admiradores, tantos deles jovens, que depositaram a confiança nos seus êxitos desportivos como salva-vidas da relativa pureza a sobreviver na sociedade sem Honra desta contemporaneidade atroz. Portanto, rogo-lhe, não queira, como afirma, voltar às competições, a sua própria Pátria edificou, na respectiva História, um assento diferente do selim, para ser usado pelos batoteiros:
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