Na incomodativa questão que opõe Eva Ionesco a sua mãe, a fotógrafa Irina, vários paradoxos há a considerar: desde logo, o de a progenitora a subornar, em criança, para que se desnudasse, através da promessa de belos vestidos; depois porque nesta antinomia de genes, ao contrário do «GENESIS», a consciência da nudez é a causa da infracção, não a consequência dela, com a parra a compor. Por último, dado a tentação visar uma difusa pedofilia, sem Adão por perto, quando o fruto, na defesa inventiva dos advogados da artista, ainda não era proibido, quer dizer na relaxada década de 1970, para os neo-puritanos padrões da actualidade. Não se espera dentre os cuidados maternais o de interesseiramente expor o corpo infantil da filha, mas também parece algo exagerado assimilar a captação e publicação dele a comportamentos em que a exploração envolva acção directa, ou a fixações pornográficas que envolvam penetrações ou estimulações dos orgãos genitais. A menos que algum desequilíbrio houvesse já, que implicasse uma ultra-sensibilidade anómala, as fotos que vi, como pesquisa para expelir esta opinião, não parecem credivelmente indutoras de trauma por aí além. O que mais me acudiu à reflexão foi o campo fértil a que esta pouco expectável semente foi deitada, ao ponto de alcançar notoriedade: que fará um número surpreendente de homens inclinar-se para um pseudo-erotismo de menininhas? Talvez o medo ou a frustração emanados da Mulher Plena, o que poderia acarretar uma capitulante auto-condenação da autora destas polémicas tomadas. Mas a plenitude feminina não acaba sempre por completar-se como Mãe? E, nessa conformidade, a traição ao que se espera de tão excelso Estatuto não terá infirmado a total assunção do Género por Irina?
A Ilusão de Eva a Adão, por Darwin Leon
colocar a mae em tribunal?? a Irina nao colocou a Eva num bordel pois nao? nem a vendeu uma rede pois nao? nem a molestou pois nao? que tipa mais cruel. nao se justifica e quem devia responder por ser inconsequente e a Eva. tantos problemas na vida e vai atacar a propria mae? que nojo de "pessoa".
ResponderEliminarCaro Lac Hig,
ResponderEliminarbem-Vindo. Como, julgo, se depreende do texto também me parece uma reacção totalmente desajustada a uma conduta que, contudo, não merece encómios. E daí resulta o que se me afigura a alegação mais justa da súmula da Defesa que a notícia nos dá: o ódio da Mãe como motivação da demanda.
Cumprimentos
Caro Paulo,
ResponderEliminarLimitei-me a colocar de modo informal que talvez o tenha incomodado, o meu repudio pela conduta de Eva.
Talvez eu seja "antiquado", mas para mim isso significa ter valores e um dos mais importantes - Honrar Pai e Mae.
E, inquestionavel sera sempre inquestionavel.
Cumprimentos
Meu Caro Paulo,
ResponderEliminarQuanto a mim foi uma sábia Defesa, que fez tábua rasa das alocuções da rapariga ao vil metal para lhe atribuir o litígio apenas ao ódio contra a Mãe. Alegar indiferença podia matar à Cliente a esperança de um dia poder recuperar a Filha.
Um abraço
Caro Pedro
ResponderEliminarRetomo o meu ponto inicial: sem conduta abusiva *de facto* da parte da autoridade parental, no caso da Eva, acho um exagero a atitude dela perante a Mae.
E cabe a quem for vitimizado seja de que modo for, de saber lidar com o desgosto, e se lhe for possivel, perdoar-se a si proprio e saber que quem abusa, fa-lo sempre por ambicoes de poder e sentimentos de inferioridade. Quem e imaturo tem maior tendencia a cometer actos de maldade.
Mas (na minha honesta opiniao) confio mais na Mae, do que em qualquer "sacrista" que tenta "salvar a honra" de Eva (ou um qualquer admirador da rapariga com ou sem habitos duvidosos) - desconfio do fedor de igreja, dos seus interesses ulteriores e afinal de contas, um perverso esteja de fato ou de batina, defenda ele Paulo de Tarso ou DAF de Sade, nao e mais que um perverso.
Por isso porque ataca Eva a Mae, em vez de condenar abertamente todos os que de um modo ou doutro passaram os olhos pela sua imagem? Isso sim. Pode ser que tome consciencia disso!
Cumprimentos
Caro Lac Hig,
ResponderEliminarincómodo nenhum, tenho todo o gosto em debater os sucessos do dia sob os diversos prismas que nos ajudem a encará-los. E também tentei abrir uma pista de indagação da perversidade que poderia conferir outra dimensão de tragédia aos factos, ao tocar nas obscuras causas de se espalhar entre tantos o apetite erótico por crianças. É claro que acho mais digno o silêncio sofrido do que a ribalta dos pleitos, em questões referentes ao paszsado comum de ascendentes e descendentes.
Meu Caro Pedro,
sim, é estranho que uma idemnização compense ou minore os traumas aduzidos, mas o arrependimento futuro de um sentimento forte negativo talvez, nos tempos que correm, seja mais plausível do que o reconhecimento do erro no amor maior ao vil metal...
Abraços
Caro Paulo
ResponderEliminarSe um "respeitavel cidadao" nao se importa de mentir sobre a sua verdadeira idade para (melhor) obter a proximidade duma jovem acabada de atingir a maioridade, e avancemos, sem experiencias previas; que mais tarde - de facto - nao se importa de seduzir raparigas ainda mais jovens que essa; quem nao nos garante que nao faz pior ainda, a seguir, dada a oportunidade?
Enquanto a mulher seja de que idade for, seja tratada como uma possessao, um trofeu, que o homem pode dispor de a seu bel-prazer, nao se admire que haja apetites que se espalhem entre tantos (ou mesmo entre certos); o que vale e que ha gatos bastante palermas (e bailarinas bastante inteligentes).
Alguns de nos, observam muito atentamente.
Cumprimentos
Meu Caro Lac Hig,
ResponderEliminaracompanho-O totalmente na convicção de que, das distracções convenientes às patifarias rematadas, muito sujeito ávido esquecerá o escrúpulo. O que me faz espécie é o momento anterior, o da atracção por corpos infantis. Mas isso talvez seja preconceito meu, que, desde bem novito, sempre tendi para Mulheres feitas e bem desenvolvidas...
Abraço
Caro Paulo,
ResponderEliminarMrs. Robinson?
Cumprimentos
Se fosse só a questão do solitário, Caro Lac Hig... Bem sei que confinamentos involuntários conduzem às formas que surjam de Sextas-Feiras das muitas dúvidas e entrelinhas. Mas é estranho ver disso em muito indivíduo com vida social atulhada, capacidade de despertar interesse e, até, preenchimentos mais robustos da vida íntima!
ResponderEliminarAlguém, a resvalar platonicamente para esse precipício, me disse certa vez que vinha da atracção pela inocência ainda disponível num ambiente donde ela se evaporara. Talvez. Mas passar a vias de facto não será terraplaná-la, num sentido, e forçá-la, no outro?
Abraço
Caro Paulo
ResponderEliminar"preenchimentos mais robustos da vida íntima" deixou-me estarrecido...(parece sem duvida um belo projecto!)
Cumprimentos
como cabeça de turco é o nome de uma cerveja irlandesa eles devem estar todos etilizados
ResponderEliminarMeu Caro Lac Hig,
ResponderEliminaroxalá o florilégio de sugestões que Lhe despoletou a expressão encaminhasse os protopedófilos para interesses mais, hã, desportivos...
Bom, Meu Caro Rudolfo, julgo que o comentário seria para o postal anterior. De qualquer forma, nesse universo cinjo-me à patrocinadora do Livro dos Records...
Agora que os nossos Governantes vêm andando aos Ss, lá isso vêm.
Abraços