Big Sister

Desde o início, desconfiei da possibilidade de criação de televisões particulares, porque temia delas o abaixamento e rebaixamento do nível que a RTP monopolista ainda conseguia assegurar. Dito e feito, vieram as privadas e as grandes séries inglesas, o bom cinema e a divulgação histórica de qualidade viram-se relegados para o mais restrito canal, o de Memória, com a estação estatal a imitar as concorrentes para sobreviver-lhes, à custa do embrutecimento dos concursos e de telenovelas sem a qualidade das de outrora. Ou seja, o tal serviço público, tão incensado resume-se a quê? Na semana em que estoirou esta celeuma oca e sem sentido, de a Polícia pedir às cadeias difusoras imagens dos tumultos de S. Bento, vejo enfim uma pista para identificar a tal utilidade e conveniências gerais distintivas - se as outras retêm as gravações para fazerem um figurão de ética e independência profissionais, a cedência pelos canais pagos por nós faria toda a diferença, precisamente a de participar na contenção do crime, como auxiliar das forças de segurança. As demissões e comunicados directivos não passariam, portanto, de epifenómenos tradutores de meras teimosias em garantir a visibilidade do estatuto dentro da empresa.

2 comentários:

  1. rudolfo moreira26/11/12, 16:19

    como o agente da polícia judiciária que pediu as imagens se chamava João Pestana não admira que a direcção de informação estivesse a dormir

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  2. Pois, a Administração é que teimou em não achar que esse seria o "sono dos justos"...

    Abraço. Meu Caro Rudolfo

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