Prossegue em bom ritmo a demolição do Hotel Atlântico, sobre o Paredão, a alturas do Monte Estoril. Um indubitável mamarracho que, contudo, me deixa saudades pelo hábito de o ver lá. Preferiria que deixasssem desimpedidas as vistas para o mar dos chalets do outro lado da Marginal, mas o projecto do Arquitecto Paciência parece-me irrecusável melhoria estética. Só que há a História. E essa é a de décadas a fio integrando o charme estorilense, com as crónicas da função de quartel-general da espionagem Alemã à mistura e a lenda da passagem subterrânea desembocando no mar para recolher os passageiros das balsas que os submarinos largavam...
Quando envelhecemos, a cada derrubado alvo, ex-certeza da tranquila confiança que nos trazia pontos de referência repousantes, é um bocadinho de nós que morre, para lá das retóricas. Até que cheguemos à idade em que olhemos com indiferença e sem pena os desaparecimentos que pressintamos como guardas-avançadas dos nosso.
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