Fazer um filme gratuitamente ofensivo de uma religião é a publicidade mais barata e certeira a que hoje se pode recorrer, pelo que pouca vontade tenho de abordar o pretexto cinematográfico dos atentados e manifestações que, pelo universo Islâmico, se vêm sucedendo, em desafronta a Maomé. O que me importa mais é chamar a atenção para o facto de só nas mentes que o odeiam o Ocidente, por conveniência do desforço, este não ser visto como decaindo sem remissão: ao imaginar um gregarismo vibrante que fizesse o todo conivente com a parte ínfima que congeminou esta fita, os sangrentos ou vocais desafrontadores do Profeta dão a imagem mais irrealista de um hemisfério hostilmente coerente em que cada cabeça não pensa para seu lado, ou seja, o contrário do que constatamos em redor de nós.
É uma concepção delirante que nem na reacção à película encontra sustentação: sem qualquer animosidade, o próprio Governo Alemão se pôs e dispôs a discutir o que fazer com a obra, quando, a um poder menos complexado, nada competiria salvo assegurar que a exibição das imagens não perturbasse a ordem pública. Quanto ao movimento político Pro Deutschland, que, na minha imensa ignorância, de todo desconhecia, de igual forna resvala para o declínio geral, ao fazer tábua rasa da História, na vertente da aliança privilegiada que o passado Nacionalista germânico estabeleceu com líderes da Comunidade Maometana, a começar pelo Grande Mufti de Jerusalém. Ninguém escapa. Será preciso ser primário para assegurar vitalidade?
Achei sugestivo ilustrar com Vingança, de Jogoku Dayu
Achei sugestivo ilustrar com Vingança, de Jogoku Dayu
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