Há em Portugal uma obsessão com os automóveis que, tão pueril e compensatória de frustrações, se não vê em mais lado algum. Basta observar a condução das nossas estradas, unanimemente apontada e largamente reconhecida como a pior da União Europeia. Qualquer Zé Ninguém, por ter entre mãos um volante e dar patadas num acelerador, se imagina detentor dum poder que não tem. Não admira pois que o verdadeiro Poder estime a acumulação de viaturas como condição e sigo da dignidade que pensa sua.
A inspecção vinda à tona é triste a vários níveis, desde logo por as compras públicas no sector excederem o preconizado nos próprios critérios, já de si generosos, se comparados com o cálculo de necessidades intuído por cada contribuinte. Que admira que os assessores tenham popó às ordens, a sonoridade do próprio nome indica estarem na calha para as mais rápidas facilidades de acesso...
Só espero que a desproporção face à diferença programada de incorporações e abates não venha a inspirar qualquer ratio de contratações e saídas da previsão para a reforma da Função Pública.
Mas estas ainda são contas do "antigamente". Eu quero é ver o que dirá a inspecção daqui por um ano...
ResponderEliminarAb
Tiago Santos
Esperemos ainda estar cá para ver, Caríssimo Tiago. Sabe-se bem como na altura de debandada o desregramento é tempero servido com largueza.
ResponderEliminarAbraço
Eles têm de ter muitos carrinhos para as estatísticas justificarem a construção de muitas mais estradinhas
ResponderEliminarRudolfo Moreira
Meu Caro Rudolfo,
ResponderEliminartudo isso resultou numa falha de previsão: esse aumento do parque automóvel também deve ter contribuído para o atropelamento de 5 do Corrente.
Abraço