O Guarda-Costas

Empurrar, Puxar, de Ricky Nodjoumi

Que o Dr. Costa tem maior capacidade de penetração eleitoral do que o Dr. Seguro, é coisa de que todos desconfiamos, desde logo porque já ganhou votações extra-partidárias, coisa que o outro não fez. Tenho-o, porém, por excelente nos debates e por muito fraco nos comícios, o que poderia dar vantagens inesperadas ao ex-líder da JS junto dos que não precisam de ser convencidos e decidem as lideranças. Mas claro que não lhe convinha avançar agora, quando os Socialistas deixaram o País por amarguras que já se não resumem a ruas. Esperar que os putativos recuperadores se queimem com medidas impopulares e que a amnésia do eleitorado acabe por proporcionar uma recaída é o caminho mais seguro, apresentando-se daqui a quatro anitos fresquinho como uma alface na personificação de alternativa.

A desculpa adiantada não é mais do que de circunstância e não feita para convencer quem quer que seja. Além de que desautoriza o seu antigo patrono, o ex-Presidente Sampaio, que acumulou a CML com a liderança Rosa. Mas um Político tão calculista tem de prever a eventualidade de algo correr malzinho. E não deixar Seguro o rival que se antecipou, decerto por dificilmente ter uma oportunidade num ambiente mais desanuviado. Assim, convém não deixá-lo cimentar o domínio do aparelho e a cativação dos militantes. O que o leva a apoiar Assis e dele fazer um homem de palha malgré lui, já que o tenho em boa conta no que toca a verticalidade. Nesta sandwich, contudo, ganhando, não passaria de um intervalo.