Dia-gnósticos

Os chamamentos Divinos já não parecem ser o que eram. Todos compreendemos o de Isaías, aqui pintado por Tiepolo. Mas surge totalmente inacessível a intelecção de um do género do que o Político da Virgínia Ocidental Jonathan Miller diz ter recebido, no sentido de disputar uma eleição. Isto demonstra bem o autismo contemporâneo face ao Criador. Depois da Sr.ª D. Alexandra Solnado haver garantido que Deus lhe dissera para «ir à Livraria Bertrand comprar determinado livro», como se a contrato publicitário estivesse Vinculado, só faltava vir um não muito maduro ambicioso atribuir ao Bem Supremo uma exortação a participar em arte demoníaca, como qualquer acto eleitoral é.

No absurdo desta prática em voga, que nem radical pode ter pretensões a ser, choca-me menos a irresponsabilidade do desafio ao perigo, mais ou menos generalizada nas cabecinhas tontas ávidas do destaque rápido contrariado pelo raro reconhecimento tributado, fora do campo desportivo de Alta Competição, aos verdes anos.
O que me entristece é terem optado por uma postura que é o inverso da vitalidade que, em idades tão disparadas, seria natural exibir. E que contrariem a lenta marcha da Espécie rumo à posição erecta, sabendo-se como, chegando à velhice e à doença, têm largo tempo para ficar de bruços.

A Ministra da Cultura, Pessoa de Quem até tinha agradável impressão, está completamente equivocada: a Tutela de um Ministério é uma mera burocratização, no limite a esterilização dos processos criativos. Outrora, os Artistas dependiam bastante da generosidade do Príncipe, porém as publicitações das preferências do Poder, como a divulgação das encomendas, eram processo muito mais límpido do que os dos apoios e concursos de uma estrutura supérflua e gastadora. O trabalho mais útil que lhe deve competir, o da preservação do Património, pode ser realizado mais eficaz e expeditamente por organismos sem autonomia governamental.

Também considero irrealista esta proposta, o Dr. Portas está certamente desactualizado, pois não deve ter dado pela mudança do número da emergência, o qual deixou de ser 115 anos atrás. Já perceberia a sugestão, caso o total adiantado para os futuros deputados fosse o 112. Manifestar-se-ia a intenção de, numa necessidade urgente de assistência, tentarem remediar o mal que fizeram ao País.

3 comentários:

  1. O deputado do quadrado de baixo tem a relação certa com os seus eleitores cada vez mais um bando de ratazanas
    Rudolfo Moreira

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  2. Sou franca, o que mais me entusiasmou foi o emprachamento no urinol...,o que quer Querido Paulo, perversidades desta minha mente, imaginei o desequilibrio do rapaz que seria bem merecido...:))). quanto ao resto, o chamamento divino já se tornou um argumento batido, estou de acordo com Canavilhas, e Portas quando fala com Passos é só para inglês ver...

    Beijinho

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  3. Vá lá que não se concluiu, Caro Rudolfo que, pelo Laranja da indumentária do vencedor e o Rosa das orelhas do nocauteado, eu estava a dar indicação de voto!

    Querida Ariel,
    cá para mim, atribuir a Deus a iniciativa do Mal eleitoral é pecado contra o Espírito Santo, o tal que não será perdoado.
    E o da fotografia? Não parece um experimentador entusiasta da empalação com péssima pontaria?
    Ai, a Minha Querida Amiga e a Ministra Juntas no departamento fariam razias maiores do que nas compras...
    Ah, a velha expressão, perguntava por ela o Tiago Santos no outro dia. Surgiu a propósito das insistências diplomáticas e de canhoeiras de Lord Palmerston para que o Brasil adoptasse legislação anti-esclavagista, a qual ficou sem aplicação, apenas para sossegar a fiscalização Britânica. No caso vertente, como sabe, defendo que o número que faria diferença seria o zero.

    Beijinhos e abraço

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