Da Imprensa Castrada

Uma das razões que motivaram o meu retorno ao mundo dos blogues foi a enjoativa mas generalizada insistência dos Media em esmiuçar os pormenores e desencantar lateralidades conexas no caso do assassínio de Carlos Castro. Um homicídio tem relevância pública, quem quer que seja a vítima. Mas a punição dele esgota-a. Abrir noticiários semanas a fio, com vinte e tal minutos de opiniões sobre as personalidades dos envolvidos é indecoroso, sabendo-se que, na mesma semana, dum morticínio no mesmo País, resultara gravemente ferida uma Congressista com visibilidade; e de tanto as motivações como as reacções a esse facto estarem cobertas de importância para a vida pública.
Porém, os nossos noticiaristas televisivos, inferiormente, pior decidiram não lhe conceder mais do que uma breve menção.


Quanto à substância da conduta do Sr. Seabra, só pode encontrar nela novidade quem não esteja ciente de que um ambicioso fazendo carreira a dar o corpo, nem tanto ao manifesto como a "many festas", é coisa velha como o Mundo. A única variação sobre o tema reside em, na altura de a homossexualidade sair do tal armário, qual prenúncio de quotas, estarem reservadas linhas demasiadas à publicidade da facultação de partes menos haaam vanguardísticas do físico, num jeito de justificação das condutas criminosas.
A continuarmos assim, sacar notícias de interesse aos nossos órgãos de informação, só a saca-rolhas. Aaaaai! O que eu fui dizer, desculpem-me, ando enferrujado, é o que é...

8 comentários:

  1. Uma das razões que motivam o meu recolhimento é o excesso, do qual este é um exemplo.
    O excesso absurdo que toma tudo, que inunda até sufocar, que enjoa, que mortifica, que mancha e deixa marca imperceptível.
    E as marcas vão-se acumulando, vão aprofundando raízes de dor e medo; vão criando anti-corpos relativamente ao Bem e à Beleza e começando a criar fissuras na Bondade e na Fé.
    A peleja eterna entre a Luz e a Treva nunca teve tanta importância, nem tantos guerreiros.
    E entre tal vendaval, sob tanta miséria, pendurados no abismo, que fazer?

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  2. E "enferrujado" nada, ó excelso! ;)

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  3. Welcome back!
    Pois é Paulo...sabe como é...a pobre Congressista não tinha os gostos da Ellen Degeneres...como gostava do mesmo que o Elton John, não teve a mesma importância...deixou apenas dois filhos orfãos...(que é um filho, hoje em dia? tantos que vão pelo cano abaixo lá na dos Arcos...)...C.C. sim, deixou algo cá...um legado importantíssimo...impulsionou a Gala dos Travestis e ainda deixou uma gata...
    Esqueceu-se foi de dar ouvidos ao seu outro compincha: Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga...

    beijinhos
    ps: C.C.? Onde é que já vi estas iniciais? Um, dois, três, diga lá outra vez!

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  4. Querida Margarida,

    compreendo perfeitamente que uma Pessoa se isole para escapar ao bombardeamento diário do lixo que visa alimentar a voracidade pela devassa das misérias alheias. Eu é que tenho mau feitio e, na minha pequena medida, decidi reagir.

    Olha, a Joaninha!
    Bem, a gata é um pormenor redentor...
    Agora, essa gala de que me dá conta acabou por dar galo, o que, em se tratando de travestis, nem admira.
    Pois, só a escala da idade é que subiu um poucochinho.

    Encantado por As ver por cá. Beijinhos

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  5. Ainda não li nada, mas venho desde já declarar a minha alegria por ver-te de volta à blogosfera. Fazias falta!
    Quanto ao post, e a avaliar pela imagem, nem quero imaginar o que vai no texto...
    :-)
    Um beijo de boas-vindas, amigo!

    E parabéns a todos pelo novo blogue. Esta juventude do Restelo promete... mesmo sem ter lido ainda, ponho as mãos no fogo pela qualidade e exigência da casa.

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  6. Querida Ana,

    o texto dos jornais AQUI comprimidos, claro!

    Obrigadíssimo, dois para Ti.

    O nosso Miguel Vaz tem um apurado sentido estético, para além do mais. E o azul e branco é sempre combinação segura.

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  7. Agradeço a parte que me toca, amigo Paulo. Se azul e branco é sempre combinação segura, parece-me que não juntar o vermelho e o verde é apenas uma questão de bom-senso.

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  8. Como carbonariamente se comprova, Caríssimo Miguel.
    Ab.

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