Foice Em Seara Alheia

Não há duas sem três e as pedras do Templo da Cidade triplamente Santa tinham de sofrer uma terceira tentativa de destruição. Depois de Nabucodonossor e Tito, por um tribunal, que autorizou umas reivindicadoras de igualdades a rezar da forma tradicionalmente reservada a homens, naquele lugar sagrado para os Judeus. Para quem cresceu assombrado pela existência de um Muro da Vergonha, faz um pouco de impressão que uma grande Religião não tenha vergonha dum muro que lembra uma derrota cruciante. Mas "Templo" é um conceito que se presta a equívocos, como sabemos desde que Jesus usou a expressão para designar o Seu Corpo Salvador, deitado por terra e reconstruído em três dias. E o certo é que, mesmo alicerçada em lamentos, aquela prática religiosa tem conseguido contribuir para manter a identidade de um Povo acossado como poucos na História. E aqui é que bate o ponto: se alguém se identifica com uma genealogia religiosa, não deve tentar mudar-lhe as formas, ou aquela passará a ver degradada as referências que aglutinam. Se sentem tamanha necessidade de participação mimética, fundam outra edificação ritual, não tentem, a partir de dentro, modificar a que existe, tornando-a menos reconhecível. Esta é uma máxima ética que vale para todos os credos, sendo que, no caso vertente, os habituais fiéis das lamentações murais poderão juntar a lamentação moral de, com a nova companhia, se não conseguirem concentrar em Deus. Pelo menos, se aparecerem Senhoras com propriedades diferentes das da fotografia...
                               Destruição do Templo de Jerusalém, de Nicolas Poussin

2 comentários:

  1. Infelizmente eu nestas matérias só vejo barbárie venham elas donde vierem. Insultos apedrejamentos, isto é próprio da idade das trevas. A insistência no ódio às mulheres, porque é disso que se trata.

    Beijinho Querido Paulo

    ResponderEliminar
  2. caro Paulo

    Belo texto. Provas destas (da notícia) só vem confirmar que a religião católica é a única, verdadeiramente, de timbre feminino. Só na Igreja Romana se adoram Santas, se rezam a Santas e figuras sacras femininas, só na religião católica uma mulher pode ser padroeira, protectora, de uma cidade, de um povo, de um mito, de um poema. Só, por isso, valeria a pena os "distraídos" estudarem os princípios da natureza Católica.

    abraço,

    ResponderEliminar