Ondas do Choque

É fácil troçar da queda do eventual meteorito junto de Cheliabinsk, logo após o raio que fez outro tanto na Praça que é o território restante da Santa Sé. Eu desconfio um tanto da prestreza com que as autoridades Russas garantiram tratar-se de um objecto astronómico, fiquei a matutar sobre a possibilidade de não ser tal designação um disfarce de algum engenho espacial, fosse militar, ou de espionagem, a que conviesse semelhante manutenção do respectivo incógnito. Caso em que seria doutro teor a lei da gravidade envolvida. Não obstante a renitente desconfiança, jogarei o jogo dentro das regras informativas que nos ditam e sempre darei aos Europeus deprimidos uma razão para serem tão optimistas como os conterrâneos de Asterix: se já se não pode garantir que amanhã não será a véspera do dia em que o céu nos caia em cima da cabeça, foi, embora à tangente, fora da Europa que o desastre sucedeu, já que a Leste dos Urais, quer dizer, do Paraíso, para os incorrigíveis centralistas do Velho Continente. Mas, mais a sério, ficam algo prejudicadas teorias da atracção destes fenómenos por mares e desertos, reduzidas assim a uma hipótese estatística ditada pela extensão dos mesmos, o que é muito menos tranquilizante, ou, no pólo oposto, não valeria a pena jogar no Euromilhões. No entanto, os mais propensos a ecoar sinais do fim do mundo podem ir arregaçando as mangas: quando se eleger o próximo Papa, segundo a célebre Profecia de S. Malaquias, será o último. E os tempos finais, com mau humor celeste e tudo, não tardarão. Mas claro que isso é para os que confundam o Celeste com o Celestial. Que, para mal dos nossos e seus pecados, são cada vez mais.

3 comentários:

  1. Meu caro Paulo,

    Rezam más línguas, e eu tendo a acreditar nelas, que a Profecia dos Papas terá sido forjada pelo monge beneditino Arnold de Wion na tentativa (falhada para mal dos seus pecados) de fazer eleger um determinado Cardeal no Conclave de 1590. Ainda assim, dada a prudência cardealícia com os temas proféticos, na bolsa de apostas para o Petrus Romanus irei colocar o meu dinheirinho num africano. É que, havendo a possibilidade, ainda que remota, de ser para fechar a porta e apagar as luzes, a tendência vai ser para chamar o preto!

    Um abraço

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  2. Isto de nomeações Papais está largamente fora do ãmbito das minhas fracas competências. Agora que o meteorito Russo é um caso muito estranho não restam dúvidas, a camuflagem naquelas paragens é uma arte longamente treinada que desafia imaginação de qualquer mortal...

    Beijinho Paulo

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  3. Ehehehehe, Meu Caro Pedro, confesso que essa justificação não me tinha ocorrido! Mas olhe que há já um batalhão de estudiosos esotéricos dos mais variados graus da escala de seriedade, a afiançar que tudo aponta para um Cardeal Brasileiro que compartilha civilmente a graça do Meu Querido Amigo...

    Querida Ariel,
    e cada vez mais as notícias reflectem dúvidas sobre o que terá caído. O que me fez torcer o nariz foi a afobada insistência em garantir tratar-se de um fenómeno natural, como que para afastar curiosidades incómodas.

    Beijinho e abraço

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