Era uma vez uma Condição venerada por quase todos, fossem ou não sensíveis ao maravilhamento que o estatuto de Mãe exalava. É que mesmo aqueles que, pelos azares da vida, não preenchiam as condições para a ternura e gratidão de que até os animais mais sãos, ditos irracionais, não prescindem percebiam a importância social da função, a intangível hipótese de continuidade dos grupos. Até que veio o Progresso. E deu em impor às Mulheres a competição no terreno até aí resevado aos homens, mas deixando-as entre a espada e a parede de optar pela realização profissional ou pela dedicação aos filhos. Ainda assim a Maternidade resistiu. Assestaram-lhe nova cutilada, lutando para que uma criança possa ter dois pais, dispensando a Mãe, com os casamentos gay. A Coisa vai abanando,, mas ainda não caiu. Vem, enfim, o Fundo tentar atirar-nos para o dito, ao propor a tributação dos subsídios de maternidade. Como é do mais elementar senso político dar benefícios fiscais a actividades que se visa fomentar, só se pode concluir que esta é uma que eles querem restringir. Apesar da crescente raridade dos nascimentos, devem estar fulos por ainda haver alguns partos atrevidos! Não quero perder tempo a qualificar estes especialistas. Falando a única linguagem que eles percebem, apenas perguntarei onde pretendem vir a achar quem, no Futuro, faça os descontos que lhes pagarão as reformas...
Maternidade, de Eugène Carrière
-> Existe algo muito mais importante do que quotas: IGUALDADE DE DIREITOS!
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BADALHOCOS: não se preocupam em construir uma sociedade sustentável (média de 2.1 filhos por mulher)... criticam a repressão dos Direitos das mulheres… e em simultâneo (!?!?!)… defendem que se deve aproveitar a 'boa produção' demográfica proveniente de determinados países [aonde essa 'boa produção' foi proporcionada precisamente pela repressão dos Direitos das mulheres - tratadas como uns 'úteros ambulantes']… para resolver o deficit demográfico na Europa!
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DIREITOS DAS CRIANÇAS: quando se fala em Direitos das crianças, há que olhar também para o seguinte: muitas crianças hão-de querer ter a oportunidade de vir a ser pais!
Dito de outra maneira: não está em causa ter (ou não ter) acesso a 'isto ou aquilo'... mas sim, o facto da sociedade não poder estar a IMPOR BLOQUEIOS EMOCIONAIS: leia-se, ao não legalizar as famílias monoparentais (a masculina em particular) a sociedade está a fazer com que uma faixa (de certa forma significativa) da população masculina não tenha filhos.
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UMA QUESTÃO A LEVANTAR:
- O Direito de ter filhos em Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas!
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Ainda há parolos que acreditam em histórias da carochinha... mas há que assumir a realidade:
- Nas Sociedades Tradicionalmente Poligâmicas apenas os machos mais fortes é que possuem filhos.
- No entanto, para conseguirem sobreviver, muitas sociedades tiveram necessidade de mobilizar/motivar os machos mais fracos no sentido de eles se interessarem/lutarem pela preservação da sua Identidade!... De facto, analisando o Tabú-Sexo (nas Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas) chegamos à conclusão de que o verdadeiro objectivo do Tabú-Sexo era proceder à integração social dos machos sexualmente mais fracos; Ver http://tabusexo.blogspot.com/.
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Concluindo:
- Nas Sociedades Tradicionalmente Poligâmicas é natural que sejam apenas os machos mais fortes a terem filhos,no entanto , as Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas têm de assumir a sua História: não podem continuar a tratar os machos sexualmente mais fracos como sendo o caixote do lixo da sociedade!... Assim sendo, nestas sociedades, numa primeira fase, deve ser possibilitada a existência de barrigas de aluguer {úteros artificiais – deve ser considerado uma Investigação Cientifica Prioritária!…} para que, nestas sociedades {a longo prazo} os machos (de boa saúde) rejeitados pelas fêmeas, possam ter filhos!
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Nota 1: Incompetência sexual não significa inutilidade... de facto, os machos mais fracos já mostraram o seu valor: as sociedades tecnologicamente mais evoluídas... são sociedades tradicionalmente monogâmicas!
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Nota 2: Hoje em dia, por um lado, muitas mulheres vão à procura de machos de maior competência sexual, nomeadamente, machos oriundos de sociedades tradicionalmente Poligâmicas: nestas sociedades apenas os machos mais fortes é que possuem filhos, logo, seleccionam e apuram a qualidade dos machos.
Por outro lado, hoje em dia muitos machos das sociedades tradicionalmente Monogâmicas vão à procura de fêmeas Economicamente Fragilizadas [mais dóceis] oriundas de outras sociedades...
Caro Quarentaom,
ResponderEliminarnão vou tão longe na assimilação dos estudos antropológicos à demanda sexual do Ocidente, para explicar o declínio reprodutivo que atravessamos. Penso que uma ambição mais modesta, consubstanciada na alteração das condicionantes culturais cuja reformulação coeva se revelou contraproducente já resolveria muito do problema.
Cumprimentos
Só uma mente perversa se lembraria de tributar os subsídios de maternidade. Estamos entregues ao diabo, não haja dúvidas.
ResponderEliminarBeijinho Paulo
Mas, Querida Ariel, ainda por cima, um Demónio que nem tentador é, apesar de atentador dos resquícios de assistencialismo do Sistema...
ResponderEliminarBeijinho