Braga Por Um Canudo

Claro que qualquer administração hospitalar tem o dever de dar o máximo para que se verifique o menor número possível de opiniões negativas, mas quando se recomenda tal conduta não se estará propriamente a aconselhar o policiamento daquelas, antes simplesmente critério e eficácia no desempenho primordial de servir o público. Ao instituir um vigilante da correspondência dos funcionários, os responsáveis pelo Hospital de Braga ou se julgam no unanimismo robotizante da China do tempo Mao, ou querem oferecer-se como utentes da valência de saúde mental que o estabelecimento eventualmente tenha. Acima de tudo é um infantilismo, o de se achar que tudo está bem desde que ninguém faça ondas. A breve trecho, o pueril entendimento leva ao relaxar do esforço e da aplicação no que conta, todos desviadinhos que são para a salvaguarda das aparências, à custa do óculo assestado e da sanção dos que se não mostrem conformes e conformados.
                                                  O Vigilante na Costa, de Tony Fomison

5 comentários:

  1. Ninguém anda a vigiar corrspondência de ninguém. Apenas a monotorizar o que se diz sobre o Hospital nas redes sociais. No caso da notícia, não se trata da livre expressão do pensamento, mas sim de insultos e difamação. Tolerá-lo, isso sim, seria caminhar para a bestialização do ser humano.

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  2. Caro Anónimo,
    não posso concordar. A tal monotorização é uma actividade de controlo das novas formas de correspondência, que o chamado Progresso leva a que não seja estritamente privada. Haver difamação ou não, compete a locais próprios decidir, quando haja falsificação de factos. Mas, por muito insultados que os visados se sintam, achar alguém burro ou incompetente é mera questão de opinião, que não valerá grande coisa, mas é um direito inalienável.

    Cumprimentos

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  3. Pagar a "departamentos de comunicação" para navegar no facebook, enquanto se propõem cortes nos internamentos pós-cirurgias... É bem!

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  4. O que é inaceitável é que a delação é cultivada e profissionalizada como se de um acto legítimo de gestão se tratasse. Conviver com a critica no país do respeitinho é um exercício muito difícil de engolir pelos doutores da nossa praça...

    Beijinho Querido Paulo

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  5. Bem-Vinda M,
    se houvesse do outro lado da rua um bocadinho mais de razão para Lhe dar, eu ia a correr buscá-la, para o fazer. Já nem falando da necessidade de um hospital sustentar um departamento de comunicação, porque lhe desconheço os efectivos e os salários, aplicá-lo nesta actividade de nenhum proveito para os utentes quase faz pensar se é de uma unidade de Saúde ou do SIS que se trata!

    Querida Ariel,
    as cabeças daqueles decisores encheu-se de tal forma de si que imaginam, na melhor das hipóteses, o bem do serviço coincidindo com a aparência incontestadamente imaculada da sua acção. A partir daí, um controlador do Face é como uma Funcionária da Limmpeza, essencial ao funcionamento da casa...

    Beijinhos

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