Baptista da Sela

Voltei ao mundo de que me levitei durante a Noite de Paz e de Amor, aumentada pelas adjacências que tornam possível a partilha familiar Dela. E constato que no chiqueiro em que somos obrigados a chafurdar a grande sensação foi a descoberta de um burlão mais, que se encartava em inexistetes funções e diplomas. Que espanta, Senhores? Não tivemos um Primeiro Ministro e não temos um motor governamental, também ministerializado, que se arvoraram em licenciados, com as facilidades que se conhece? Ao menos este ainda tem o pudor de criar sozinho a ilusão, não recorre às cumplicidades de docentes indecentes ávidos sabe Deus de que recompensas. E, no fim de contas, não serão os falhados que se intitulam governantes fraudes mais graves? O que o caso tem de revoltante para a opinião que o sistema tece de si é a qualidade de especialista invocada, que permitiu o acesso do opinador aos microfones. É a entronização do expert característica da Idade da Compartimentação em que nos engaiolaram que traz o arrastamento - mas também a fragilidade - do corrente esquema de influências. Se os opinadores procurados fossem sólidos e reconhecidos generalistas, não subsistiria a ininteligibilidade dos jargões que, passando por sapiência pouco acessível, protela, graças a ingénuas admirações confiadas no que se imagina perícia transcendente, o derrubamento de castelos de diagnósticos e receituários assentes no ar. O prevaricador declinou a imaginativa condição de membro duma entidade só pela impotência petulante tornada verosímil, um observatório económico e social; nestes tempos em que se semeia instâncias de tal quilate em muitos âmbitos deploráveis, desde a Droga ao Crime, é lógico que outro tanto se pode esperar da Economia e Sociedade a que nos encostam. E, como se não chegasse, enganar a Imprensa e a ONU, mais do que a centúria, deve dar uma milena de anos de perdão.
                                                  O Observatório Voador, de Erik Morsing

6 comentários:

  1. MEGA-BURLÕES:
    - mega-burlões que controlam a comunicação social... procuram 'mil' vozes... com o objectivo de repetir mil vezes uma mentira... até ela se tornar uma "verdade".
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    Uma Obs:
    -> Montes de estudos sobre 'maravilhosas' privatizações de empresas estratégicas (veja-se a GALP... resultado: consumidor a ser roubado a torto e a direito), etc... montes de estudos sobre o BPN, SCUTs, OTAs, TGVs e afins... tudo com o mesmo objectivo: SACAR DINHEIRO AO CONTRIBUINTE!
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    PRECISAMOS DE TODOS
    -> Não precisamos de lamentações sistemáticas... precisamos é de bons mecanismos de controlo... e precisamos que todos os contribuintes estejam atentos.
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    Explicando melhor:
    - Anda por aí muita CONVERSA DE CONTRIBUINTE PAROLO... que ainda não aprendeu com séculos e séculos de história: o conceito de «político governante» pressupõe um sistema muito permeável a lobbys... e aquilo que importa mesmo... é um sistema menos permeável a lobbys...
    .
    -> Por um sistema menos permeável a lobbys... temos de pensar, não em «políticos governantes»... mas sim... em «políticos gestores públicos» que fazem uma gestão transparente para/perante cidadãos atentos... leia-se, temos de pensar em bons mecanismos de controlo... um exemplo: blog "fim-da-cidadania-infantil".

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  2. Caro MENVP,
    um sistema de partidos é inseparável da presença de grupos de pressão. Se elinminarem as facções instituídas, eliminarão ou não os que as movimentam, depende da qualidade de quem sentem na cadeira do Poder. Mas gestores a governar é que não, já temos uma tecnocrática amostra gaspariana do que nos esperaria. A lamentação, por seu turno, para além do alívio que faculta, pode ser o prólogo da rebelião, caso o "clic" certo origine a faísca da acção dignificante. Continuemos, portanto, a esforçar-nos.

    Cumprimentos

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  3. Meu Caro Paulo,

    Este triste episódio (mais um!) parece pelo menos ter trazido algo de novo, o que para mim é sempre positivo!
    A Comunicação Social atirou-se em peso, de unhas e dentes, ao burlão!, ao ponto de desenterrar um crime rodoviário subentendo-lhe uma possível explicação para a mente trapaceira do indivíduo. Confesso que cheguei a temer que fosse sugerida, ou até mesmo exigida a demissão, por evidente incompetência, da preclara dupla, Ricardo/Nicolau, que mais não pretendeu do que elucidar com a Verdade nua e crua este pobre povo desenganado. E ainda há quem acredite que não existem milagres!

    Um abraço

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  4. rudolfo moreira27/12/12, 16:33

    se Artur é para nós nome de um rei lendário pode também ser o de um especialista nebuloso

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  5. Meu Caro Pedro,
    tem carradas de acerto, a observação com que nos contempla. Afinal, do pretenso especialista não constam argoladas maiores que a da usurpação. Enquanto que os jornalistas com funções directivas vêem de rastos uma parte da sua actividade, pois dela faz parte o conhecimento das figuras relevantes em cada campo e seus méritos, de modo a poderem propor ao Público a contribuição deles, não o embarque em resumos profissionais delirantes e desconhecidos.

    Abraço

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  6. Meu Caro Rudolfo,
    pena que as brumas de Camelot tenham dado lugar a burlas de camelote.

    Abraço

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