MPLA Residence, Cascais
Crianças angolanas auto-determinadíssimas e bem dispostas
[...] Devo referir-me a alguns erros principais que estão na base dessa deformada opinião: a) Angola e Moçambique fazem-se eco de uma campanha que pode dizer-se universal acerca do desenvolvimento económico e suas possibilidades. Os territórios dispõem de algumas grandes riquezas em potência: nada mais natural que pretenderem explorá-las em benefício da colectividade. Essa exploração exige porém capitais abundantes e técnica e ainda tempo. No livro que citei acima do Sr. M. Vinhas dá-se a entender que Angola obterá por si só os capitais que precisa, se a Metrópole não lhe tolher os movimentos. Esta é uma ilusão. Até ao presente, a maior soma de capitais destinados ao Ultramar tem exigido a garantia da Metrópole e sem o aval desta não se obteriam. Só numa hipótese os capitais estrangeiros tomariam esse caminho -- é na hipótese de Angola se vender aos bocados ao capitalismo internacional. Mas então já estamos numa fase política que não é a actual nem a que desejamos para a comunidade portuguesa. [...]
Salazar, Carta ao General Silvino Silvério Marques, 16/4/1963, em Franco Nogueira, Salazar, vol. V, p. 473-474
Formidável tirada. Não é desconcertante como a inteligência pode ser tão simples?
ResponderEliminarCumpts.
Um postal e pêras! Muitíssimo bem lembrada, esta magnífica tirada do Presidente do Conselho, caro Marcos.
ResponderEliminarAbraço.
Tão simples quanto a natureza caída do homem, meu Caro Bic.
ResponderEliminarMeu Caro João: a ideia é que seja o primeiro de longa série.
Abraço apertado aos dois.