A arte das definições

Muito aprecio os aforismos inteligentes, aqueles que num pequeno punhado de palavras trazem volumes e volumes de doutrina. Pascal e Gómez Dávila saltam-me logo à mente. Mas às vezes o desabafo "curto e grosso", tal sentença definitiva, cola à cara do visado como um bom estaladão. Mestre Ezra Pound, referindo-se aos ingleses durante a Guerra de 39-45, rotulava-os com um delicioso "bunch of pimps, crooks and cheap dudes". No mesmo estilo, o "nosso" Mircea Eliade, aquando do massacre de Mussolini e Clara Petacci, não teve papas na língua para demonstrar a perda do resto de respeito que nutria pelos italianos - "povo de servos, cobardes e chulos". O espectáculo diário deste fim de época ou fim de mundo faz-me crer que, como dizem os argentinos, o desabafo de Pound e Eliade ha quedado corto... Pimps, crooks, cheap dudes, servos, cobardes, chulos... tudo isto é muito pouco para classificar os pulhíticos e aqueles que os sustentam. Um prémio para quem criar a tríade perfeita!

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