É já altura de desmascarar a falsidade de pressupostos cumplicemente falsificados nas apreciações dos opinion makers acerca dos tristes detalhes do fim de Khadaffi. Querem fazer-nos crer que as humilhações, agressões e golpe final alegremente infligidos foram coisa reveladora de imaturidade dos Líbios para a Democracia. É falso, nada há tão democrático como um linchamento. Segue daí que devamos aprovar a Lei de Lynch como norma de conduta? Nem por sombras, devemos é, a todo o custo, evitar ser democratas.
Espancar e dar cabo de um inimigo público rebaixado a infractor é a mais acabada expressão da vontade popular, logo a maioritária. Restringir esses barbarismos é que corresponde a uma morigeração dela, porque num certo grau é impossível negar que os seus ditames são nocivos, logo, impõe-se limitá-la, para assegurar a sobrevivência de um mínimo de dignidade.
E não me venham com a lenga-lenga de que isto é um excesso revolucionário, lamentável mas passageiro. Com efeito, toda a Revolução é excesso, qualquer uma é lamentável e a História comprova que todas acabam por passar. Esta noção deveria ser suficiente para afastar qualquer pessoa decente do estatuto de receptador dos frutos desses abalos políticos, só que há muito mais: permanece nos instalados regimes que neles se originaram a impiedade absoluta que leva à negação de uma sepultura condigna aos restos mortais dos inimigos, sejam Rudolf Hess, Bin Laden, ou o Coronel Tripolitano. Os Creontes do nosso tempo é que já não encontram nos seus meios de comunicação as Antígonas que os afrontem. Pelo que regressei brevemente para envergar essas vestes e gritar o mais alto que posso o meu protesto contra a contínua edulcoração das atitudes dos regimes dominantes contra os seus adversários, sendo insuspeito pela contínua detestação que as três figuras citadas me inspiravam.
Única parte positiva: evitou-se um "julgamento" político. Ao menos assim a repulsa incide unicamente sobre as malfeitorias da plebe em estado bruto, não tem de olhar para as baixezas de possidónios que se escondam sob o verniz de tribunais contrafeitos.
Espancar e dar cabo de um inimigo público rebaixado a infractor é a mais acabada expressão da vontade popular, logo a maioritária. Restringir esses barbarismos é que corresponde a uma morigeração dela, porque num certo grau é impossível negar que os seus ditames são nocivos, logo, impõe-se limitá-la, para assegurar a sobrevivência de um mínimo de dignidade.
E não me venham com a lenga-lenga de que isto é um excesso revolucionário, lamentável mas passageiro. Com efeito, toda a Revolução é excesso, qualquer uma é lamentável e a História comprova que todas acabam por passar. Esta noção deveria ser suficiente para afastar qualquer pessoa decente do estatuto de receptador dos frutos desses abalos políticos, só que há muito mais: permanece nos instalados regimes que neles se originaram a impiedade absoluta que leva à negação de uma sepultura condigna aos restos mortais dos inimigos, sejam Rudolf Hess, Bin Laden, ou o Coronel Tripolitano. Os Creontes do nosso tempo é que já não encontram nos seus meios de comunicação as Antígonas que os afrontem. Pelo que regressei brevemente para envergar essas vestes e gritar o mais alto que posso o meu protesto contra a contínua edulcoração das atitudes dos regimes dominantes contra os seus adversários, sendo insuspeito pela contínua detestação que as três figuras citadas me inspiravam.
Única parte positiva: evitou-se um "julgamento" político. Ao menos assim a repulsa incide unicamente sobre as malfeitorias da plebe em estado bruto, não tem de olhar para as baixezas de possidónios que se escondam sob o verniz de tribunais contrafeitos.
Eh,eh,eh! Nada cpomo um post incendiário para assinalar o Teu regresso!
ResponderEliminarAb
Tiago Santos
Quem o linchou era escumalha igual ou PIOR que ele. Escumalha, o pior é que a NATO é que fez isto, mais ninguém.
ResponderEliminarAndava sem paciência de pensar nisto e formar opinião. Pela baixeza de tudo: uns, outros e todas as quadrilheiras que sabem tudo acerca duns e doutros.
ResponderEliminarObrigado pelos pontos nos ii.
Abraço.
A turba acelerada não pensa. Age. E age através dos instintos que sente estando em primeiro lugar os sentimentos da inveja, mesquinhez e ódio. A ver vamos o que vai acontecer ao país se forem "gajos" como estes justiceiros a imprimir o timbre mental da nova "democracia"...
ResponderEliminarMeu Caro Tiago,
ResponderEliminarmas longe de mim deitar gasolina no fogo se não me parecesse haver urgência em precisar uns pontos que me parecem evidentes...
Caro Anónimo,
e usar gente daquela laia não parece motivo de orgulho, ppois não? Miguel Sousa Tavares foi um dos principais responsáveis pela maquilhagem em tons cor-de-rosa da Democracia, que, no postal critiquei. Todavia, a lebre por ele levantada, acerca dos serviços de inteligência e FA`s franceses parece-me ter pernas para andar.
Meu Caro Bic,
que bom é retomar o contacto Consigo! A concordância com que benevolamente me honra dão-me a certeza de estar no caminho certo. Tem carradas de razão quanto às cumplicidades de comadres e respectivas zangas, afinal a hipocrisia dos governos do Ocidente em relação ao líder deposto e assassinado transitou da alcunha de Quinto Cavaleiro do Apocalipse para a amnésia de palmadinhas nas costas em troca de uns cobres e, de novo, para a colaboração no combate a um "governo intolerável"...
Caro João Amorim,
aliás, dar crédito ao tal CNT diz tudo: aquele saco de gatos não foi o responsável pela versão de que o seu predecessor no Poder tinha sido vitimado por ferimentos recebidos num bombardeamento?!
Abraços a Todos
Paulo Cunha Porto
Muito bem!
ResponderEliminarE bom regresso.
O Paulo, com toda a erudição, clarividência e justeza que o caracterizam, disse tudo o que há para dizer perante semelhante selvajaria. Quando a maldade, a violência gratuita e a ganância se juntam, o resultado é a barbárie, a crueldade em estado puro.
ResponderEliminarParabéns Paulo.
Maria
Absolutamente brilhante!!!!
ResponderEliminarDe regresso? Quem dera.....:)))
Beijinho
Querida Zazie,
ResponderEliminarObrigado, é um retorno ainda esporádico, que as circunstâncias da minha vida actual não permitem uma presença regular.
Querida Maria,
que bom, voltarmos a conversar!
Não consigo estar calado quando vejo desculpar ou aceitar a baixeza, quanto mais aproveitá-la. Por isso me obriguei a uma insurgente incursão.
Gratíssimo, Querida Ariel. Esperemos que o pó assente, para que se torne possível a volta.
Beijinhos às Três
Paulo Cunha Porto
Paulo, Paulo, Paulo...
ResponderEliminarNão foi para sentimentos assim que Ele se sacrificou por todos.
Se não perdoamos, não seremos perdoados.
Que misericórdia e amor aprendemos com o exemplo do nosso Senhor?
A vida, supremo dom, não ensina a sermos melhores?
E a paz que tanto desejamos?
Aguardo o seu regresso sossegado...
Querida Margarida,
ResponderEliminarveremos se consigo regressar, a Vida deu uma grande volta.
Quanto ao fundo do comentário, mais uma vez temos de nos entristecer com o facto de o Islão ser uma Religião avessa ao Perdão, embora receie que a massa ignóbil se pudesse ter comportado de igual forma em Cristianíssimos países.
Suprema e macabra ironia, os pedidos desesperados de misericórdia do massacrado, perguntando se os algozes não a conheciam, quando o próprio estava longe de se ter distinguido por ela.
Beijinho
Paulo Cunha Porto
Caro Paulo: Ao contrário de ti não conheço melhor regime do que a democracia, desde que seja bem mediada. Peguei nos teus fundamentos aqui expressos para lançar uma série "democracia directa", lá no Corta-fitas.
ResponderEliminarCom amizade,
Meu Caro João,
ResponderEliminaro Teu «desde que...» diz tudo sobre a bondade da Democracia, que, para os seus adeptos mais lúcidos obriga a filtros e suavizações!
Estamos conversados sobre a conveniência de um sistema que na sua pureza deixaria a selecção dos governantes aos caprichos passageiros das massas e, nas versões possibilistas, a pretensas elites que apenas estribam a sua condição nas cumplicidades de pertenças aos mesmos estados maiores partidários.
Abraço