Avenida de Roma

Esteve patente no núcleo fotográfico do Arquivo Municipal de Lisboa a exposição “Avenida de Roma – Fotografias (1930-2011)”, que mostrou a evolução desta “espinha dorsal” de uma das expansões da cidade que se tornou uma das zonas nobres da capital.

Cinema Roma nos anos 50.

Constituída por 50 imagens, sendo metade da colecção do arquivo, dando a conhecer a evolução da avenida entre os anos 30 e 80 do século XX, e as outras tiradas em 2011, pelo fotógrafo Luís Pavão, a exposição inclui ainda uma projecção de cerca de dez minutos onde é possível ver outras fotografias.

Há uma fotografia de Horácio Novais, de 1942, que capta a vista a partir do Hospital Júlio de Matos para aquela que seria a futura avenida, que funciona como uma porta de entrada para essa Lisboa nova que ali nasceu. Com um especial destaque ao cruzamento com a Av. dos EUA, intercalando fotografias de outros tempos com imagens deste ano, a exposição dá-nos um termo de comparação que nos permite ver as alterações arquitectónicas, mas também perceber e descobrir as alterações nas vivências neste espaço que se foi consolidando até aos nossos dias. Nota, por exemplo, para a fotografia de Salvador Almeida Fernandes, dos anos 50, do cinema Roma que, se compararmos com a actual, vemos como as árvores sobredimensionadas e o quiosque ‘kitsch’ taparam por completo este belíssimo edifício.

Aqui se observa a evolução do que já foi considerado por vários autores como o “paradigma do urbanismo português”, ou simplesmente recorda-se um sítio que faz parte da vida de tantos de nós. Como nos é dito – e muito bem – na descrição da exposição, esta é “uma avenida que, apesar das feridas infligidas pelas ‘marquises’, é ainda um exemplo do que de melhor se fez em Portugal em planeamento urbanístico”. [publicado na edição desta semana de «O Diabo»]

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