Perante a quase ausência de revistas de divulgação histórica nacionais, há disponíveis no mercado português vários títulos estrangeiros, principalmente oriundos da Europa, mas também alguns provenientes do continente americano. No entanto, a francesa “La Nouvelle Revue d’Histoire” (67 páginas, 7,90 euros) destaca-se claramente, tanto pela sua alta qualidade, no geral, como pelo elevado nível de análise e dos seus colaboradores, bem como pela actualidade e pertinência dos temas abordados e, ainda, pelo seu grafismo simples mas atractivo, com uma bela e útil ilustração dos artigos. É um privilégio podê-la encontrar nas bancas portuguesas desde o início de 2007. Tem periodicidade bimestral, publicando também semestralmente um número especial monotemático, com a mesma dimensão e preço. O último, ainda em quiosque, é sobre a Vendeia e o Terror.
É dirigida pelo historiador Dominique Venner, autor de inúmeros livros que versam temas tão variados como as armas, a Europa, a Resistência, a Colaboração, o fascismo alemão, a guerra civil russa, o terrorismo, entre outros. Da sua ampla bibliografia, apenas uma obra foi até agora publicado em português. Trata-se de “O Século de 1914. Utopias, Guerras e Revoluções na Europa do Século XX”, editado pela Civilização Editora, em 2009, com tradução do Miguel Freitas da Costa. Uma síntese formidável para melhor compreender o século passado e perceber a actual situação da Europa.
Numa entrevista de apresentação da revista, Venner afirmou que o objectivo principal da “NRH” é dar uma outra visão da História, ao contrário da interpretação que domina actualmente o ensino e os ‘media’, que têm uma visão puramente maniqueísta entre os bons e os maus. Para tal, conta com uma equipa de especialistas permanentes, dos quais se destacam o historiador Philippe Conrad, o medievalista Jacques Heers, o contemporanista François-Georges Dreyfus, o africanista Bernard Lugan, o geopolitólogo Aymeric Chauprade, o cronista Péroncel-Hugoz, entre tantos outros.
O número 55, relativo aos meses de Julho e Agosto, tem como tema central “Como nascem as revoluções” e oferece um excelente ‘dossier’ com uma dezena de artigos. Para além disso, podemos também ler uma entrevista com o arqueólogo e historiador Guy Rachet, que afirma que “as raízes da Europa não devem nada ao Islão”, bem como diversos outros artigos, e ainda as secções habituais de actualidade e crítica de livros. Uma revista a não perder, de leitura obrigatória.
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