Mal Maior

São Jorge e o Dragão de Briton Riviere
Até que ponto a luta do Bem contra os Males não é frustrada pela indevida miscigenação de um e outros? Penso nos ultra-sons, concebidos para detectar malformações, tumores e quejandos flagelos, transformados em base da selecção sexual que está a diminuir o número de meninas nascidas, principalmente na Ásia, como resultado do egoísmo parental expresso na preferência pelo género masculino, em conjugação com a Lei - outro mecanismo que se desviou do lado certo - proibitiva de mais de um filho por casal.
É opção espúria por antonomásia, em clara oposição ao espírito imagético do crescei e multiplicai-vos, mas, igualmente, contrária à revalorização da Mulher que enche as bocas dos políticos contemporâneos, tão ignorantes das aspirações daqueles que por si são governados. Porque este é um campo em que a diminuição do número disponível não acarretará o aumento da cotação, antes abrirá caminho a uma cascata de escolhas arbitrárias enformadoras do poder alheio sobre a vida e a morte de quem se não pode defender. E do Continente Amarelo já se importa a malfadada prática para Georgias, Albânias e outros Azerbaijões, não na decorrência de imposições legais, mas tão-só do nível económico superior que um único rebento (macho, também aqui) permitiria. Enfim, o ultrage supremo contra a própria Metade que dá à luz.
De Aline Calixto, O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, mostrando que a metaforização dos paroxismos do Acto encontra aplicação diversa mas ajustada ao compósito triunfo do amor que, de tão próprio, se transmuta em vaidades de perpetuações assassinas:

3 comentários:

  1. Querido Paulo, desconhecia completamente que a prática amarela se estava a estender à Georgia, Albânia e Azarbaijão e imagino que pelo andar da carruagem não ficará por aí...sem comentários!!!

    Beijinho

    ResponderEliminar
  2. A cantiga não pega porque por cá os dragões pensam que têm sangue azul
    Rudolfo Moreira

    ResponderEliminar
  3. Querida Ariel,
    é mais uma carruagem da morte a de que fala. Uma carreta fúnebre, enfim.

    Meu Caro Rudolfo,
    azul... e branco, suponho. Ainda estou para perceber como teve tanto êxito a recuperação do réptil lança-chamas minúsculo daquele emblema, que, ao contrário de Águia e Leão rivais, só se descortina à lupa.

    Beijinho e abraço

    ResponderEliminar