Grandes Arquitecturas

Os rumores sobre manobras frustradas das cumplicidades Maçónicas em vista à eleição de Fernando Nobre para a condução do Parlamento fizeram-me voltar a esta brochura que contém um requisitório em devida forma contra as manipulações na Legislatura Francesa que permitiram a aprovação sem debate do Pacto a Quatro que, antes de ter sido insulto do léxico do Capitão Haddock, foi acordo considerado lesivo dos interesses da França, na medida em que abria a porta à revisão dos draconianos mas favoráveis tratados de Paz.
Igualmente relata os testemunhos de ligações dos "irmãos de avental" ao assassinato do Arquiduque Francisco Fernando, o qual precipitou o desaparecimento dos resquícios de continuidade na vida pública Continental, como as protecções dos neopedreiros-livres aos implicados no caso Stavisky e a penetração nas Informações Militares.
Nada que por cá não conheçamos, através das imputações do Regicídio e das suspeitas que rodeiam arquivamentos em casos judiciais recentes, acrescidas de nomes na liderança das secretas do Burgo. Mas nem chamo à pedra tais implicações, parece-me suficiente dizer que solidariedades influentes reservadas que se arroguem de transversalidade nos Partidos, mesmo da óptica do Sistema, são nocivas, pois transferem o potencial controlado de conflito ínsito na formulação do regime para uma incerta reacção da Comunidade contra as direcções partidárias no seu todo, irmanadas contra a Religião tradicional pelas ocultas e orientadas sintonias. Nada que merecesse grande lamento, não fora a possibilidade de sangue fratricida, como o que correu em Paris nos protestos de 6 de Fevereiro de 1934, o ano da publicação aqui dada, ou a da instabilidade que precedeu o triunfo da plataforma anti-maçónica presente, nos EUA, na vitória presidencial de William Harrison sobre o elitismo artificial e artificioso que combatia..
E ninguém me tira da cabeça que o Autor, sobretudo um propagandista, foi assassinado por causa da condição que arvorava na capa deste panfleto. Foi, decerto, uma represália pelo assassinato de Zay, mas, entre os Políticos de Vichy, outros havia mais próximos dos Alemães, igualmente não era difícil encontrar quem estivesse mais ligado à repressão dos amigos dos matadores. Mas o passado deste veterano opositor deve tê-lo feito, literalmente, ficar debaixo d´olho.

2 comentários:

  1. Já não sei qual foi o jornal que, após a morte de Henriot, titulava: "il disait la vérité, ils l'ont tué".

    ResponderEliminar
  2. Meu Caro Átrida,
    poderia sempre ser argumentado que a escolha se teria ficado a dever à publicação dos papéis pessoais comprometedores para Zay que Henriot promovera. Mas parece-me pouco. Desde logo, a condenação judicial daí resultante tinha sido meramente simbólica. Seria, portanto, mais natural que as represálias incidissem sobre algum dos responsáveis da Milícia que o havia morto. Por isso tendo a crer que haja sido outro o critério e que o engajamento anti-maçónico terá sido o factor decisivo a ditar-lhe a (má) sorte.

    Abraço

    ResponderEliminar