No Change, ou há coisas que nunca mudam


Pouco interessa se Barack Obama desceu nos índices de popularidade norte-americanos como nenhum outro Presidente. No Velho Continente, continua a ser venerado e celebrado, seja quais forem as decisões que tome ou deixe de tomar. Este sentimento é particularmente notório na (bem-pensante) imprensa lusa. O i de ontem, por exemplo, no seu habitual semáforo (equivalente às setinhas do Público), começa por assinalar que «o mandato não tem sido um sucesso, segundo todas as análises, pelas indecisões, por uma política externa pouco coerente, pela dificuldade de estancar a crise nos EUA», para logo a seguir atribuir luz verde (?!) a Obama e ao anúncio da sua recandidatura. Mais à frente no jornal, António Rodrigues, coordenador da secção internacional, escreve que «se calhar não foi Obama que falhou e foi o mundo a falhar a Obama». Deve ser isso.

3 comentários:

  1. Deus me perdoe, mas ainda hei-de ter o prazer de rir ao ver os idiotos úteis cá do burgo que na sua ingenuidade andaram a entoar loas a esse indivíduo a fazerem marcha-atrás. Confesso que entre eles se contam vários bons amigos meus.
    Abraço, Amigo Miguel!

    ResponderEliminar
  2. Meu Caro Miguel,
    cá celebra-se sempre o que se desconhece. E o facto de o Presidente ter uma origem étnica mista leva logo à simpatia contra a escravatura, sem atentarem sequer na árvore genealógica. Não foram dois, nem três os Conhecidos meus que ficaram desiludidíssimos quando precisei que o Pai de Obama era um Economista Queniano imigrado nos States ve não um descendente de escravos.
    Mas as quebras de popularidade a meio do mandato são habituais. Não retires daí que ele vai, forçosamente, perder a reeleição.

    Abraço

    ResponderEliminar
  3. Caro João,
    O que mais custa é ver pessoas que respeitamos e cuja opinião temos em consideração embarcarem sem reservas nesses autênticos «contos do vigário». Pode ser que alguns ainda caiam em si. Abraço!

    Caro Paulo,
    Não ponho em causa a vitória de Obama nas próximas eleições. Para mim, isso é (quase) um dado adquirido. Até porque, do lado republicano, não há muitos interessados em enfrentar este Presidente. O que critico é o facto da imprensa continuar a bajular Obama, independentemente das decisões que toma ou deixa de tomar. Não se disse nada da intervenção americana na Líbia nem do centro de detenção de Guantánamo que, apesar de ser uma das grandes bandeiras eleitorais do candidato democrata, continua a funcionar em pleno. Fosse outro o Presidente, e a comunicação social teria certamente outra atitude. Abraço!

    ResponderEliminar