Há dois dias, em pleno verão antecipado, uma viagem de comboio entre o Cais do Sodré e Cascais serviu como preview das coming attractions que nos estão gentilmente reservadas pelos gerentes locais da tirania mundialista. Estava eu concentrado na leitura quando num repente irrompem pela carruagem dentro duas dúzias de "jovens", como lhes chamam os meios de (des)informação de massa, já que precisar a raça ou origem étnica dos indivíduos - i.e., reportar-se aos factos, à realidade - é preconceito nazi-fascista da pior espécie. Aos gritos histéricos e com palavreado ora ininteligível ora abjecto, a rapaziada dos "bairros problemáticos" aproveitou o percurso para caminhar freneticamente de um lado para o outro, arremessar objectos e achacar aqueles a quem, com grande gozo, chamavam "tugas". O selecto grupo apeou no Estoril, antiga pérola da Riviera portuguesa e refúgio de Reis. Consta que o Sr. Primeiro Ministro demissionário declarou que os imigrantes estão aqui em "sua" casa. De facto senti que estão mesmo. Eu/nós é que não estou/estamos na nossa - que há 37 anos nos foi roubada, despedaçada, vendida, arruinada, invadida. É curioso que gente como o Sr. Primeiro Ministro demissionário e seus camaradas consideram que os metecos estão aqui em casa deles, mas que nós, no Ultramar, não estávamos em nossa casa. E é igualmente singular que o regime da abrilada, depois de suprimir em 24 horas a nacionalidade portuguesa a quinze milhões de pessoas por não serem de etnia europeia, agora a distribua, tal qual bilhete de circo, a qualquer quidam que por aqui aporte, especialmente se não tiver nada, mas nada que tenha que ver com Portugal - a começar pelo respeito. Isto está mal e vai ficar pior. É certeza matemática.
Caro Marcos,
ResponderEliminarÉ bem mais grave do que isso. A distribuição da nacionalidade - como se fosse um boião de rebuçados para lançar às mãos cheias - foi feita pelo chão e nada mais. Direito de solo em estado puro: os ditos "africanos brancos" passavam a ter automaticamente a nacionalidade do país em que haviam nascido, e não a portuguesa, que lhes corria nas veias. É o mesmo princípio que transforma os "jovens" pós-Abril em portugueses como se o território tivesse a extensão de outrora. Em suma: se qualquer um pode ser "português", o artigo genuíno conta pouco.
Cordialmente,
Fernando Barragão.
Assim é Caro Fernando. Banalizada, reduzida a um papelinho qualquer, a nacionalidade tornou-se mero certificado de residência... Como bem indica, se todos podem ser portugueses, ser português deixa de ter significado válido. Mais uma etapa do Finis Patriae.
ResponderEliminarUm abraço.