SNS ou SOS?

O sempre recomendável Dr. Johnson pôde escrever um panfleto contra os colonos norte-americanos indignados, dizendo que o levantamento de impostos não era tirania. Mas ele não conhecia a Dr.ª Ana Jorge. A Senhora quer, visivelmente, tratar-nos da saúde; e criar uma tributação arrepiante para financiar os cuidados com a mesma. Já as taxas moderadoras eram iníquas, porquanto não configuravam uma efectiva penalização casuística dos abusadores, mas constituíam uma quase geral e abstracta arma de dissuasão. Estendendo ao comum dos nacionais a prestação, em vez de a cingir aos utentes quer-se, unicamente, aumentar os patrimónios sobre que incide a colecta, num exagero fiscal nivelador que esmaga o contribuinte.
Até porque, para os que tiverem a felicidade de não recorrer ao Serviço Nacional de Saúde, um tributo para aquela consubstanciará um verdadeiro imposto sobre o estado são. Que seria o da sua constituição até aí, não cabendo a designação aos que - Constituição e Estado - se escrevem usual e injustamente com maiúsculas.

3 comentários:

  1. Que se seguirá a este imposto?

    Teremos que nos apresentar num Centro IHO - Inspeção (a falta do c mudo foi propositada) Humana (ainda se escreverá com o H?) Obrigatória (espero ter acertado no lugar do assento) - anualmente, até ao último dia do mês de nascimento?

    Quem ditará a lista das maleitas menores de que poderemos padecer sem sermos enviados para abate?

    Serão os futuros IHOs abertos à iniciativa privada?

    Quem tiver o novo cartão do Cidadão será dispensado de andar com o sêlo da inspecção na carteira?

    Tanta dúvida me assalta o espírito, meu Deus!

    Um abraço

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  2. Já ninguém acredita no tendencialmente gratuito
    Rudolfo Moreira

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  3. Ehehe. E outra, Meu Caro Pedro, a eliminação do número de eleitor arrastará a do de utente? Nesse caso, espero que não haja sobrecargas do sistema, sei cá, epidemias...

    Meu Caro Rudolfo,
    e se era a única justificação séria da paródia abrilina...
    Abraços

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