Não se dirá alguma vez que, em Mestre Marchante dando o mote, eu me haja furtado à tentativa de entoar. Neste dia de memória mais triste achei adequado reler o livrinho de Félix Correia sobre a baixeza que roubou a vida ao penúltimo Rei de Portugal. Os acontecimentos são por demais conhecidos, mas há umas quantas notas que cumpre, sumariamente, enunciar:
1- o depoimento directo de um dos regicidas sobrevivos, José Nunes, que reconhece as falsidades apregoadas a fio contra o Soberano e expressa arrependimento situado nos antípodas da homenagem cúmplice daquele Presidente da Câmara de Castro Verde que, ainda há escassos anos, dizia não se orgulhar mas recusar-se a condenar o seu conterrâneo que protagonizara o atentado.
2- A impotência das acções de juventude dos que então se indignaram, consubstanciadas em infantis mas honrosas tentativas de destruir o monumento aos matadores e na publicação no jornal «A Monarquia» dos nomes dos "romeiros" que os celebravam, quando comparada com a força da narração dos factos constante deste volume.
3- O grau de penetração das ideias subversivas na partidocracia do Constitucionalismo Monárquico, para além dos comprometidos, como se conclui da negativa de José Luciano de Castro em entrar numa revolta Republicana... por lhe não atribuírem a Presidência no regime a instituir!
Malraux, na iminência de um atentado contra de Gaulle tentava sossegar um chefe da Polícia, dizendo que poucos Reis de França haviam sido assassinados, somente Henrique III e Henrique IV. Ao que obteve a resposta sim, mas foram os que tentaram unir os franceses...
Mutatis mutandis, não caberá por inteiro a mesma constatação, quando aplicada ao Martirizado da Rua do Arsenal?
2- A impotência das acções de juventude dos que então se indignaram, consubstanciadas em infantis mas honrosas tentativas de destruir o monumento aos matadores e na publicação no jornal «A Monarquia» dos nomes dos "romeiros" que os celebravam, quando comparada com a força da narração dos factos constante deste volume.
3- O grau de penetração das ideias subversivas na partidocracia do Constitucionalismo Monárquico, para além dos comprometidos, como se conclui da negativa de José Luciano de Castro em entrar numa revolta Republicana... por lhe não atribuírem a Presidência no regime a instituir!
Malraux, na iminência de um atentado contra de Gaulle tentava sossegar um chefe da Polícia, dizendo que poucos Reis de França haviam sido assassinados, somente Henrique III e Henrique IV. Ao que obteve a resposta sim, mas foram os que tentaram unir os franceses...
Mutatis mutandis, não caberá por inteiro a mesma constatação, quando aplicada ao Martirizado da Rua do Arsenal?
Não conhecia essa do autarca. Mas o não se orgulhar já revela vergonha, já é um... progresso.
ResponderEliminarOlha lá, tento enviar o mail e é-me devolvido. Está bem escrito?
Enfim, Fraternal Amigo, gostaria de ser tão benévolo. Todavia, como as tristes declarações foram feitas numa ocasião em honra dos assassinhos, parece-me que enfileira mais pela grotesca perpetuação da memória deles, a do infame monumento e dos desvairados apertos de mão aos cadaveres de que fala Raul Brandão...
ResponderEliminarDigitaste
misantropo_enjaulado@yahoo.com
?
Aqui está um livro do Félix Correia que não tenho. De quando é?
ResponderEliminarVou ver se é desta.
ResponderEliminarBibliófilo Duarte,
ResponderEliminarnão encontro indicada a edição, mas retira-se do texto que é posterior a 1946. Se encontrar um duplicado que julgo ter, pertencer-te-á.
Força, RAA, verás que vale a pena.
Abs.
Parabéns pelo Blogue.
ResponderEliminarObrigados, Caro Camilo.
ResponderEliminarAbraço