Em tempos de aborto ortográfico, mais um instrumento - quiçá o derradeiro - utilizado por este regime ignóbil para dar cabo do que resta de identidade nacional, alguém me poderia explicar a razão pela qual os russos, depois viverem cá um ano, falam um português impecável, enquanto os brasucas, passados um, dois ou três lustros, não conseguem concordar pessoa de tratamento e conjugação verbal? Ou diferenciar objecto directo de indirecto? Ou aprender que no imperativo o pronome vem sempre a seguir ao verbo? Já começo mesmo a achar que a Rússia ainda vai ser a nossa salvação!
Quiçá porque os brasucas partilham com os portugas a mesma língua. Aliás, desculpe, os brasucas não falam portguês, falam brasileiro, assim como os argentinos falam argentino, e não castelhano, e os americanos não falam inglês, etc. Os que vêm para cá, muitas vezes não foram para a escola, e realmente nunca poderão discernir os meandros da língua-mãe, ou qualquer outra verdadeira regra de civilização (que está para a sua barbárie como a água está para o óleo). Aliás, me desculpe, os brasucas não são bárbaros, são selvagens. A prova foi terem eleito um presidente analfabeto para governar o país. Felizmente isto não acontece aqui, onde se fala bom português. Pois nestes países inferiores, onde se desenvolvem diferenças de estilo entre língua falada e língua escrita, é possivel verificar uma deficiência genética que a nossa querida missão civilizadora em África e na América não pôde resolver (apesar do brio implacáel de nossos colonos). Ora, ainda há brasileiros que hoje, nas escolas deles, estudam "lingua portuguesa", e além de Jorge Amado e Drummond, estudam Eça de Queirós e Luis de Camões, como se fosse a mesma língua! Que necedade. Mas o pior é mesmo, como o caro blogueiro diz, que estes faladores de brasileiro venham aqui e não façam o esforço de adaptar seu sotaque ao nosso. Há quem diz que é porque quando as pessoas se compreendem não há esta necessidade, coisa que seria mais dificil de acontecer no caso do Russo. Quem diz isto, é porque provavelmente não partilha a convicção gloriosa, de que Portugal não deve participar em nenhum acordo cultural com qualquer país que fica abaixo da zona algarvia (eterna fronteira entre a Ordem e o Caos). Portanto estou consigo. Não façamos como os espanhóis, que há séculos têm acordo ortográfico com os países hispâno-americanos. Afinal, eles não calcularam que um cubano ou chileno que for viver em espanha talvez não queira falar "olá tio" com a pontinha da língua atrás dos dentes. E isto também é um ataque à cultura europeia, ibérica, imperial e vitoriosa (como a nossa).
ResponderEliminarO Patrick deve ser brasileiro. Esforçou-se e (quase) conseguiu. Afinal um mínimo de concordância é possível.
ResponderEliminarCumpts.
Caro Patrick:
ResponderEliminarObrigado pelo nutrido comentário. Fico-me apenas na gramática. Não creio que o problema radique na falta de preparo dos brasileiros que aqui arribam. No Brasil observo que as faltas que apontei são alegremente praticadas por um vasto leque sócio-cultural, de analfabetos a catedráticos. Julgo que se trata mesmo de uma absoluta falta de interesse - para dizer o mínimo. Registo e lamento.
Com os meus melhores cumprimentos.
Caro Bic: Continue a esclarecer as massas! Abraços.
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