Há um "iberismo" sem rosto nem ideal que passa relativamente despercebido, qual seja o da imitação do que os Espanhóis fazem e do que se fazem sofrer, sempre pretensamente justificado pelo estribilho "até na vizinha Espanha", para calar as resistências a alterações para pior. Nessa perspectiva, é mais do que alarmante o caso sórdido que se conhece aqui. Compreende-se que os custos do sistema de Saúde tenham de ser reduzidos, apesar de achar que deve ser sempre o domínio a isentar de cortes o mais possível. E, embora seja contraditório com a edificação constitucional do SNS, até se aceita que, em período de crise, alguma comparticipação dos utentes seja exigida, de acordo com as suas possibilidades. Mas isto é a desumanização total, concertada por decisores e administrativos cegos, como por prestadores para quem o código de Hipócrates é um código de hipócritas. Retirar uma prótese necessária porque o paciente a não conseguiu pagar, em vez de procurar receber pelos meios injuntivos e judiciais adequados é um passo em frente no abismo da reificação que, logicamente, no limite, conduzirá um dia a repor nos organismos dos carenciados os cancros que interesseiramente lhes hajam extraído. Espero bater a bota antes de se generalizar a prática.
O Superburocrata, de Stefano Zattera
além disso uma prótese emprestada é um pleonasmo da precariedade
ResponderEliminarUma falta de humanidade vergonhosa, que infelizmente se generaliza. Ainda estou meia abismada com a falta de decência da Federação Académica do Porto e da Faculdade do Desporto do Porto no caso do jovem assassinado em vesperas do grande arraial. De facto vivemos tempos que não se recomendam.
ResponderEliminarBeijinho Querido Paulo
La Spagna? Manca Finezza.....!!!
ResponderEliminarHá que dizê-lo!, e sem ambages...
ResponderEliminarAbraço
Imagino, Meu Caro Rudolfo, que, findo o prazo do empréstimo, também a removerão!
ResponderEliminarQuerida Ariel,
essa é outra, já tive ocasião de sobre o tema me insurgir, em jeito de catarse, no excelente blogue do João Amorim:
http://oscarvalhosdoparaiso.blogspot.pt/2013/05/a-inebriada-federacao-academica-do-porto.html
Caro Anónimo,
sem embargo de aqui ser um mero canal de uma padronização que temo de origem mais lata.
Meu Caro RAA,
nem num robot penso ser tão fácil uma recuperação de peças sobressalentes por pagar. Tempos deprimentes, estes. É verdade que o Homem não vale grande coisa, porém amesquinhar a Condição a tal ponto...
Beijinho e abraços