Dominique Venner, um samurai do Ocidente

Um telefonema de Paris trouxe uma triste notícia. Dominique Venner, uma das minhas referências maiores, suicidou-se ontem em frente ao altar da Catedral de Notre-Dame. Um sacrifício ritual deste samurai do Ocidente, no altar da Pátria, para "despertar as consciências adormecidas".


É sempre revoltante a falta de respeito que caracteriza aqueles que, baseados numa notícia tendenciosa e telegráfica sobre a morte de Dominique Venner, opinam de papo cheio, do alto da sua ignorância. Nota-se à légua que nem uma linha leram da extensa obra deste historiador. Mais, nem o nome dele sabem pronunciar... Leiam. E depois falem.

Abaixo reproduzo o post escrevi há uns anos, intitulado "Que ler? Venner!":


O Miguel Vaz releu "O Século de 1914", uma obra imprescindível de Dominique Venner, publicada em Portugal no ano passado pela Civilização, com tradução de Miguel Freitas da Costa. Este é realmente um livro para ler e reler, e para depois a ele continuar a recorrer. Por isso o Miguel diz que se tornou "de cabeceira". Eu li-o pela primeira vez no original, em francês, e reli-o em português. É, de facto, um livro inspirador, que cito amiúde. Uma síntese formidável para melhor compreender o século XX e perceber a actual situação da Europa.


Da ampla bibliografia de Venner, há outro livro que, na minha opinião, é ainda mais importante: "Histoire et tradition des Européens. 30 000 ans d'identité". Esperemos que um dia seja também traduzida para a nossa língua. Este regresso às origens, às referências europeias maiores, é um apelo ao renascimento de uma identidade multimilenar.


Referência ainda para outro livro excelente, "Le Coeur Rebelle", onde Venner faz uma reflexão autobiográfica profunda, falando do activismo político, da guerra, da prisão e da forma como mudou ao longo da vida sem no entanto se arrepender do passado.


Por fim, não me canso de recomendar aqui a óptima e obrigatória "La Nouvelle Revue d'Histoire", dirigida por Dominique Venner, que se vende nas bancas portuguesas.

1 comentário:

  1. Fazem muitíssimo bem em relembrar Dominique Venner. Ficou a saber por um telefonema, e eu por um post no blog de Louis Cachet. Quer isto dizer o quê? Multiplique por vários milhões de casos semelhantes e concluirá que os media estão de tal modo "blindados" que tudo não passou de uma não-notícia. Um não-facto. A França em breve dará de certo mais um sinal de esperança aos Europeus, mas até lá vergonhas como esta estão a envenenar por omissão ( mas não só) a mente dos jovens que terão amanhã o futuro da identidade europeia nas suas mãos. É forçoso procurar esclarecer, com honra e verdade, mas por vezes parece um esforço ínfimo perante a máquina de propaganda que se espalhou como um cancro. Dr Venner, réposez en Paix.

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