O Sol Continuará a Nascer!

Terramoto, maremoto (tsunami), incêndio(s). Que reedição do malfadado 1 de Novembro de 1755 na nossa terra! A catástrofe por definição que mobilizou as melhores penas do nosso Mundo no afã de tentarem encontrar um sentido para a perda mais emblemática. No momento em que um desastre decalcado assola o Japão, imagino a paralisia que impende sobre quem hoje tente escrevê-lo, aprisionado na voragem das notícias que não permite exprimir a Compaixão, salvo pelo horror instantâneo que nobilita... sem ilustrar.
Se a Ironia tivesse cabimento, haveria que pedir-lhe contas de o único Povo que sofreu as consequências da explosão nuclear belicamente infligida por mãos alheias se encontrar ameaçado de flagelo de natureza aproximada devido ao próprio e pacífico esforço. Mas a altura não é para inteligência, senão para Sentimento. E para nos assombrarmos com a constatação de que um tão belo mito da criação como a origem insular Nipónica devida ao agitar das águas pela lança dos Deuses Izanagi e Izanami se encontre tão horripilantemente estigmatizado pela odiosa retribuição da revolta dos elementos, que deve, Lá como cá, contribuir para nos tornar a todos mais humildes.
Vale que nenhuma Gente honra os seus Mortos como Esta.


Inclinando-me, trago a imagem do mito fundador por E. Kobayashi e fecho a caixa de comentários correspondente, por a tagarelice que ajuda à felicidade em circunstâncias mais amenas ser aqui totalmente descabida.
Sem ter falado com Eles, julgo que as condolências que desajeitadamente esboço são partilhadas por todos os Camaradas do blogue.