Há exactos setenta anos – 4 de Junho de 1943 – um golpe militar em Buenos
Aires dá início a um processo histórico que, três anos mais tarde, vai levar
Juan Domingo Perón ao poder. Pensado e executado a partir do GOU – Grupo de Oficiales Unidos, organização
que reúne militares nacionalistas, i. e., anti-liberais e anti-marxistas, o
movimento castrense estabelece um governo que será chefiado por uma sucessão de
generais: Arturo Rawson, Pedro Ramírez e Edelmiro Farrell. É este último que nomeia um Coronel Perón para uma função de
direcção num modesto Departamento
Nacional del Trabajo, encarregado de assuntos laborais e sindicais. Pouco
depois, o enorme prestígio granjeado pelo coronel junto à massa trabalhadora
obriga a transformação do pequeno organismo em Secretaría de Trabajo y Previsión. Em 1945 Perón, já todo-poderoso
no mundo do trabalho, acumula os cargos de Ministro da Guerra e Vice-Presidente
da República. A 10 de Outubro do mesmo ano é obrigado a demitir-se; a 13 é
preso e a 17, por imparável pressão e mobilização popular que culmina com uma
greve geral, é posto em liberdade. Conduzido à sede do Governo, é da varanda da
Casa Rosada que irá pronunciar o
primeiro de muitos discursos. Neste quente fim de tarde de 17 de Outubro de
1945 nasce o Movimento Peronista. Nas eleições de 24 de
Fevereiro de 1946 Perón, já General na reserva, recebe 52% dos sufrágios. Toma
posse a 4 de Junho de 1946. O
resto já se sabe...
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