Quem manda nos restos da Europa acabou por ceder, com muito medinho de que um abandono forçado fosse a precipitação do fim. A Grécia lá terá a sua boa dose de perdão e dos estilhaços também nós ganharemos algo, sobretudo no que toca ao tempo para pagar, que era o óbice primordial do plano de reestrururação que nos tinham imposto. Tudo bem, nem sequer temos por onde nos indignar, ao ver os alunos mais ou menos cumpridores serem tratados de forma igual aos desleixados, já que sempre nos atiram uns rebuçados que a nossa decadência tornou não-dispiciendos. Há, entretanto, reservas a tanta alegria: não estou certo de que não se trate de um mero adiamento e que as concessões façam as actuais sombras dos Helenos entrar nos carris. Por outro lado, o título que me ocorreu para este post, na acepção de "oferta indesejável", tem um sentido útil assegurado no respeitante aos credores privados, a quem foram propostas novas perdas, possivelmente na significação mafiosa de proposta que eles não podem recusar. E, de cedência em cedência, esbater-se-ão os temores da sanção que expulsa e cobra, pelo que está instalada a paisagem ideal ao desafio: até por imputações civilizacionais, daqui para a frente, sempre que as Senhoras Merkel e Lagarde disserem não, verão as suas declarações interpretadas como um talvez. De resto, conservando o cavalo grego entre muralhas, no meio da festa, revelar-se-á a União Europeia como a Tróia do dia.
O Cavalo de Troia, de Tiepolo
antes disto havia maneiras piores de nos vermos gregos para pagar a dívida
ResponderEliminarEsta nossa predisposição para aceitar rebuçados é que nos mata a dignidade...
ResponderEliminarBeijinho Paulo
Meu Caro Rudolfo,
ResponderEliminarsim, foi antes de ser criada a luta Greco-Humana...
Querida Ariel,
não me parece poder morrer muito mais o que já há largo tempo se finou. Eis-nos como os lulus a que se dá um biscoito por serem obedientes. Mas tudo isso estava implícito num regime que tudo fez e disse para ser e parecer como os outros.
Abraço e beijinho
caro Paulo
ResponderEliminarO seu virtuosismo permite sugerir que se trata de um Cavalo no que toca ao embuçado instrumento de "perdão". No interior das "nossas" muralhas lusas, eu chamar-lhe-ia Burro, digo, Asno-doméstico.
abraço
A avaliar pelo coice e pelos antolhos, como não concordar com o Caríssimo João?!
ResponderEliminarAbraço