La Nouvelle Revue d’Histoire n.º 59


A escassez de revistas de divulgação histórica portuguesas tem que ser compensada com títulos que vêm do estrangeiro e se encontram à venda entre nós. Há entre eles um que merece especial destaque. “La Nouvelle Revue d’Histoire” (67 páginas, 7,90 euros) é uma publicação de elevada qualidade, com um alto nível de análise e de colaboradores. Com um grafismo simples mas atractivo e uma bela e útil ilustração dos artigos, traz-nos bimestralmente temas interessantes, pertinentes e actuais.

O número mais recente, relativo aos meses de Março e Abril, disponível nas bancas nacionais, tem como tema central “Crimes de Estado e escândalos políticos” e oferece um óptimo ‘dossier’ onde podemos encontrar artigos desde o assassinato de César até ao enigma da morte do presidente norte-americano John F. Kennedy.

Do extenso e variado conteúdo, merecem ainda destaque o artigo de Aymeric Chauprade sobre Friedrich Ratzel e o nascimento da Geopolítica e as entrevistas com o historiador Jean des Cars sobre “os caminhos da velha Europa” e com o director da revista, Dominique Venner, sobre “o imprevisto na História”, tema que dá o título ao seu último livro.

Uma revista incontornável para todos os entusiastas desta disciplina fascinante que é a História.

1 comentário:

  1. Peço desculpa por fugir ao tema, mas não tenho outro modo de dar os parabéns ao autor do ESF, no caso por dois motivos específicos: primeiro, pela feliz ideia de nesta precisa época reproduzir a belíssima Ressurreição de Cristo.

    Depois e noutro contexto, como não poderia deixar de ser..., a minha sentida gratidão pelo facto de assinalar a reposição do filme Ben-Hur numa televisão. Muito tempo passou desde que vi este filme pela primeira vez em Londres, era eu muito novinha. Depois viu-o dezenas de vezes, esta recente foi mais uma. Nunca me canso. E não se trata de rever Charlton Heston que eu adorava - as normais paixões assolapadas por certos actores que acontecem sempre na pré-adolescência e adolescência das meninas... - trata-se de observar com olhos de adulta a magnificência daqueles cenários (muitos deles em estúdio), a proficiência da realização, a roupagem dos actores e figurantes, os pormenores de tudo o que envolve e retrata na perfeição a época dos acontecimentos, a impecável actuação dos artistas secundários que nada ficam a dever aos principais, etc.

    Com a distância que o tempo permite, observo o desempenho de Stephen Boyd e verifico que se trata de uma actuação próximo do sublime, melhor seria impossível. Diria mesmo superior à de Heston (que se limita a cumprir bem o seu papel, como pràticamente todos os actores do seu tempo o faziam), sendo ele no entanto segundo actor. E Boyd nem sequer havia sido a primeira escolha para aquela personagem! Segundo Heston disse numa entrevista, Boyd "foi segunda escolha e à última da hora, mas não afectou em nada o seu desempenho que foi excelente". Pessoalmente diria mais, foi excepcional - sobretudo a cena da sua queda da quadriga e o arrastamento pelo chão e particularmente a da morte, dado o extremo realismo. Na verdade não encontro adjectivos suficientes para as descrever.

    A actuação de Boyd (a que dada a minha pouca idade na altura, embora a tivesse apreciado grandemente, não lhe atribuí a importância merecida) e a impressionante e extremamente bem filmada corrida das quadrigas, são duas cenas do filme que me ficarão na memória para sempre.

    Mas lá está, os realizadores desses tempos além de homens com uma cultura muito acima da média, eram perfeccionistas até ao mais ínfimo pormenor e isto nota-se em pràticamente todos os filmes fossem eles dramas, comédias, policiais, westerns, musicais ou épicos.

    Mas tenho que ter um cuidado acrescido com os qualificativos..., é que estou perante um connaisseur absoluto de tudo o que se relaciona com a sétima arte:))
    Maria

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