Como se vê, esta sondagem é um festim para as redacções da imprensa de referência, garantindo análises, debates e avisos mais ou menos enviesados para muitas semanas. A realidade, essa, é diferente. O programa do Front National, por exemplo, não difere muito de um partido de direita conservadora (não confundir com liberal), e a sua praxis está a milhas do sensacionalismo de uma Lega Nord, que participa na coligação governamental italiana. Quanto a Marine, apesar do sonante apelido e da sigla que representa, não é exactamente um Mussolini de saias. Pelo contrário, é conhecida precisamente pela sua moderação e desejo de respeitabilidade, tendo motivado cisões e dissidências entre as alas mais radicais do partido. A esse propósito, resgato o interessante artigo publicado pelo Duarte n'O Diabo no último mês de Janeiro, que cita declarações de Marine sobre o 25 de Abril português: “Na história política de Portugal, Mário Soares teve um papel fundamental, positivo, para o fim do regime, em 1974, e na luta contra o comunismo, a seguir”. Ou ainda: “Sou democrata e respeito a soberania popular: a revolução dos cravos respondeu ao desejo da maioria dos portugueses”. É caso para perguntar onde param os fascistas. A polícia (do pensamento), essa, acho que já todos sabemos onde está.
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Quando o que se lê não é exactamente o que se vê
Como se vê, esta sondagem é um festim para as redacções da imprensa de referência, garantindo análises, debates e avisos mais ou menos enviesados para muitas semanas. A realidade, essa, é diferente. O programa do Front National, por exemplo, não difere muito de um partido de direita conservadora (não confundir com liberal), e a sua praxis está a milhas do sensacionalismo de uma Lega Nord, que participa na coligação governamental italiana. Quanto a Marine, apesar do sonante apelido e da sigla que representa, não é exactamente um Mussolini de saias. Pelo contrário, é conhecida precisamente pela sua moderação e desejo de respeitabilidade, tendo motivado cisões e dissidências entre as alas mais radicais do partido. A esse propósito, resgato o interessante artigo publicado pelo Duarte n'O Diabo no último mês de Janeiro, que cita declarações de Marine sobre o 25 de Abril português: “Na história política de Portugal, Mário Soares teve um papel fundamental, positivo, para o fim do regime, em 1974, e na luta contra o comunismo, a seguir”. Ou ainda: “Sou democrata e respeito a soberania popular: a revolução dos cravos respondeu ao desejo da maioria dos portugueses”. É caso para perguntar onde param os fascistas. A polícia (do pensamento), essa, acho que já todos sabemos onde está.
Só me trazes razões para não gostar deste rebento do Tio João Maria, uma embirração antiga, de resto.
ResponderEliminarAbraço, Meu Caro Miguel
E não esquecer o apoio tácito e mesmo declarado de muitos sectores da comunidade judaica francesa.
ResponderEliminarExcelente Meu Caro Miguel! Com "fascistas" como estes/esta, quem é que precisa de comunistas? Abraço amigo.
ResponderEliminarQue maravilha de notícia. Eles borram as cuecas de medo só de saber que a qualquer instante o Front national poderá ser governo.
ResponderEliminarCaro Paulo,
ResponderEliminarJean-Marie Le Pen podia ter muitos defeitos, e tinha-os, mas era um político à antiga, com ideias e princípios. Já a sua filha Marine, não sei se tem uma coisa ou outra. Mas pelo menos tem uma aparência simpática (que é o que mais conta nestes tempos), pelo que vai cavalgando a insatisfação e as sondagens.
Caro Átrida,
Não é à toa que muitos dos líderes da «extrema-direita» europeia, ou lá como lhes queiram chamar, têm empreendido peregrinações à Terra Santa. E parece que não vão lá para ver a Gruta da Natividade.
Caro Marcos,
É bem verdade. A imprensa é que insiste em ver fascistas em todo o lado.
Caro Skedsen,
A procissão ainda vai no adro. Parece-me que se vão comprar muitas fraldas por aí...