Quando chegará a hora dos intelectuais activos?

Portugal é hoje fértil em intelectuais estéreis. Ouvem, vêem, lêem, memorizam; e, depois, passivamente, repetem todos as mesmas coisas. Coisas previamente formatadas pela cartilha do pensamento único politicamente correcto. Compreendo-os. Se assim não fosse, arriscar-se-iam a perder os seus privilegiados lugares, nas televisões e nos jornais, e nenhuma editora publicaria os seus livros. Além disso, pensar pela própria cabeça dá muito trabalho! Quando chegará a hora dos intelectuais activos?

1 comentário:

  1. Caro João Marchante, não sei se este vem a propósito do último, que comentei. Venha ou não, cá vai o que penso, à laia de resposta.

    Mais do que intelectuais, há é gente barulhenta. Encher o espaço de barulho é mais cómodo e fácil que produzir inteligência. Além disso, sabe como eu que só é dada voz a quem tem um estatuto, uma posição assegurada no status quo. Os outsiders são tidos como leigos, anónimos ou irrelevantes.

    E é preciso quem ouça. Quem de seu perfeito juízo se arriscará a ser dissidente para que, no mais certo dos casos, ninguém perceba ou sequer dê de si? A meu custo, já longos anos frequentei grupos de pessoas ou bem intencionadas sem capacidade intelectual, ou com alguma capacidade, mas sem um mínimo de coragem ou ânimo dos mínimos reflexos.

    Portugal vive um tanto na sombra de si mesmo. A juventude, que tem o dever de ser heróica e activa, é mal-educada, egoísta e conformista. E pequena, sem massa crítica dos números.

    Os activos são resquícios dos Maios de '68, provavelmente a mais vergonhosa geração do hmeisfério ocidental e pouca coisa deles alguma vez se fará (com honradíssimas excepções).

    Os velhos, pelo amor de Deus, são velhos! Esperam a malga de arroz e o pouco que podem dar é um ou outro incentivo ao bom senso, mas pouco mais.

    E a deturpação do sentimento nacional? Dos conceitos de família, de dever, de autoridade, de responsabilidade e mérito?

    Eu não vejo intelectuais estéreis. Vejo um mar de desesperados e uns lobos por entre as ovelhas. Se intelectuais há, são contemplativos ou emigrados.

    Quanto à hora da mudança, pode haver esperança, mas resposta certa... Duvido.

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