Proteccionismo Maligno

A Arábia tem destas coisas. Mas esquecemos frequentemente a peculiar gestão de equilíbrios que fomenta. Se, homens e Mulheres do Ocidente, nos insurgimos contra o hábito de obrigar o Belo Sexo ao véu, frequentemente esquecemos que no hemisfério masculino uma paralela preocupação de esconder a atractividade se exprime na obrigação de deixar crescer a barba. Poderemos eternamente clamar contra a totalitária monomania de ocultação do Belo, que, de lá, responderão ser a preservação dele a única maneira digna de sacralizar e guardar tesouros desse teor. Agora, com medidas depuradoras como a expulsão das fontes de tentação, se as mais fanáticas feministas poderão ficar satisfeitas por verem no banimento em exame alguma igualização, para mais com o sacrifício de um produto que desdenham, a imensa Mole mais moderada perceberá que fica a perder ainda mais, ao ver afastados, desta forma arbitrária, certos huuuum focos de comoção. A masculinidade dos decisores é que se arrastará pelas ruas da amargura, uma vez forçados a apreciar o grau de perfeição de outros machos...
E, perdoe-se-me a vaidade, já que mitigada por uma preocupação legítima de cidadania; se a moda pega, ao que oiço, ainda fico em risco de me transformar num sem-pátria, esse heimatlos que a cartilha das Nações Unidas protestou banir. Pfffffffff!
                                                             O Projeccionista, de Carol Anne McGowan

5 comentários:

  1. Essa gente prestava um grande serviço à humanidade se doasse o cérebro á ciência. é tudo o que me ocorre dizer. em todo o caso tenho de rebater a teoria da barba :)) É que na maioria dos casos ela cresce para ocultar a fealdade, nivelando tudo por baixo...

    Beijinho Querido Paulo

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  2. Meu Caro Paulo,

    Este episódio, passado num festival cultural, não será mais um sintoma de que a dualidade no campo das idéias entre o Oriente Islâmico e o Ocidente Cristão anda exacerbada e que a luta pela imposição dos valores universais não cede?
    Agora que o másculo homem ocidental, à míngua dum Belo Sexo cada vez mais exigente, tudo voltou a fazer, em ginásios e clínicas de depilação, para se tentar aparentar a Doríforo, toma lá, ó extravagante, valente e capaz de qualquer proeza homem das arábias, estás condenado ser a tu agora o feio, porco e com cheiro a cavalo!

    Um abraço

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  3. rudolfo moreira19/04/13, 15:05

    é que no deserto qualquer beleza de hortaliça passa por oásis

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  4. Querida Ariel,
    dou-Lhe inteira razão, os testes no vácuo parece serem relevantíssimos para o hodierno Conhecimento Científico...
    Quanto às pilosidades faciais, a tal igualização por baixo é mais do que compatível com a invocação oficial da supressão da vaidade e do appeal, já que impede dolosamente de distinguir o trigo do joio. Mas como, em certas paragens lusitanas, deixar crescer barba ainda hoje é mais um sinal de luto, recorramos ao conceito para exprimir o nojo pela anti-humanidade que a actuação das autoridades Sauditas revela.

    Meu Caro Pedro,
    pois é, a deriva metrossexual de parte da cof cof masculinidade ocidental faz parecer a irredutibilidade beduína e das vizinhanças dela um prodígio de resiliência, como agora se diz. Mas podia ser pior do que a tal fragrância cavalar. Calcule que li, já nem sei em que biografia de T. E. Lawrence, que certos líderes tribais Árabes usavam, na mira do fortalecimento capilar, o remédio - que tinham por santo - da urina de camelo! Está a ver quão agradável ambientador seria, das respectivas tendas...

    Meu Caro Rudolfo,
    e a intervenção criticada seria o equivalente a uma espécie de ASAE lá da terra, para protecção dos/as consumidores/as, ehehehe! Fabulosa descortinação de essências!

    Beijinho e abraços

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