Grillados Pelo Resultado

Ingovernável, a Itália? Lembra-me ter ouvido Ernâni Lopes, certa vez, dizer que ninguém percebia como funcionava aquele País, mas o certo era que isso acontecia. Parece que o segredo estava na Administração, uma máquina que, embora burocratizada e longe de impoluta, tinha competência técnica e eficácia que compensavam as incongruências da Política. Assim no tempo da dezena de governos por ano, como antes, na função de amortecer a ruptura expressa na passagem do Fascismo para a I República. Dizem-me que Berlusconi terá promovido alguma erosão nessa instância de sobrevivência, mas suspeito de que tal se tenha traduuzido apenas numa mão cheia de substituições de cúpula. Suspeito e espero-o, para preservar essoutra Pátria de Antecedentes meus, num tempo próximo em que o "Grillo Falante" alcandorado a Consciência Colectiva que endireite os mentirosos Pinóquios dos partidos políticos consiga proporcionar a regeneração emergente da rejeição deles, cujo tom sobe e sobe. Enfim, eis a Bota Mediterrânica de novo em piloto automático.
                   O Parlamento dos Criadores de Espaço, de Gordon Onslow Ford

3 comentários:

  1. caro Paulo

    Creio que a esquerda italiana, oportunista, não deixará andar a contar piadas, muito tempo, o seu comediante de ocasião. Eu sempre vi a Itália pós-guerra como ingovernada, vamos a ver se a "governação" não atira a economia, mais, para o fosso.

    abraço

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  2. Querido Paulo, parece-me que desta vez a coisa fia mais fino, a reacção dos mercados está a ser galopante, não sabemos bem quais serão as consequências directas destes resultados...

    Beijinho

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  3. Meu Caro João,
    Grillo, entretanto, cavalga-se a si próprio e ao seu papel histórico, como às aspirações anti-partidárias que medram por entre os compatriotas. Pode ser que se revele mais do que uma amarra momentânea que segurasse a Esquerda...

    Querida Ariel,
    ah, os mercados! Esssas coisas voláteis que vão e vêm, ao sabor da brisa... Tenho alguma expectativa de que as emergências dastas eleições, em ambos os sentidos do termo, serão o prólogo de uma retracção da importância que se lhes dê.

    Beijinho e abraço

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