Ao Princípio Era o Verbo

E confessar o Verbo ao princípio de todas as coisas é confessar o Espírito dirigindo o Mundo, é confessar a inteligência encaminhando a acção.

ANTÓNIO SARDINHA
(1887 — 1925)

3 comentários:

  1. Porque o seu brilhante ESF não possui caixa de comentários, eis porque deixo neste excelente Blog, mas referindo-me ao seu outro, aquilo que penso de tão diferente quão original modo de pôr em letra de forma alguns pensamentos, reflexões, lemas (o que se lhes queira chamar) e notáveis citações, que em sómente duas ou três linhas traduzem sábios ensinamentos e reflexões, produto de uma sabedoria que de modo algum se espera encontrar numa pessoa relativamente nova (segundo transparece pelas suas fotos reproduzidas), antes, mais parecem fruto de alguém com muitos anos e experiência de vida e igual cultura adquirida.

    Renovo-lhe os meus parabéns (já os havia dado num antigo Blog do igualmente brilhante Paulo Cunha Porto) pelo seu curioso, porque diferente, inteligente e útil, ESF.
    Alguns dos seus avisados conselhos e célebres citações trazem-me por vezes à memória um familiar muito querido que já cá não está.
    Este, nas suas frequentes conversas, muito sérias, com os mais novos, não raro dava conselhos traduzidos em frases curtas mas cheias de sabedoria e, uma vez por outra, em ricos provérbios populares entrecortados por esclarecidas citações de alguns dos nossos maiores escritores, traçando uma barreira estanque entre o bem e o mal e explicando-nos a razão porque determinados actos, comportamentos e palavras, em privado e/ou em sociedade, eram considerados malsãos, os quais jamais um ser humano bem formado deveria albergar.
    Ensinamentos que nos ficaram gravados na memória para sempre e que simultâneamente nos serviram desde então, a nós, gente miúda e menos miúda, como conduta de vida.

    Quem foi este ser humano extraordinário, que, pelos exemplos dados ao longo de toda uma vida exemplar, nos mostrou o valor e o verdadeiro significado das palavras integridade, honestidade, patriotismo e bondade? O meu muito querido e saudoso Pai.
    Maria

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  2. Queridíssima Leitora Maria (permita-me dirigir-me a si assim, embora não tenha a honra e o prazer de a conhecer):
    Este seu comentário dá-me vontade e - mais do que isso - responsabilidade de tentar estar à altura das suas palavras. Tudo farei para não a desiludir, lá, no ESF, e aqui. Aproveito a oportunidade para a desafiar a fazer um blogue da sua autoria, pois uma prosadora do seu calibre merece melhor lugar que estas modestas caixas-de-comentários; e, terá certamente desde já assegurado um fiel grupo de seguidores - avance!

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  3. É assaz reconfortante ler palavras tão bonitas e encorajadoras, mais a mais vindas d'alguém que escreve primorosamente. Agradeço-lhe penhorada.

    De facto cheguei a pensar, já vai muito tempo, abrir um Blog. O óbice é que um 'brinquedo' desta natureza requer 24 horas sobre 24 de dedicação pràticamente total, para resultar em pleno. Caso contrário não vale mesmo a pena. E para minha desgraça acontece que sou (em tudo) perfeccionista. Uma ocupação desta natureza não nos deixa grande tempo disponível para outros afazeres como, por exemplo, escrever e pintar, a que também me dedico.
    A somar a tudo o que referi, há mais dois ou três motivos que não são de somenos, a impedirem-me desde há uma ano ou dois, de abraçar uma empresa de tal envergadura. Talvez um dia.

    Diz que escrevo benzinho. Sim, talvez. Já algumas pessoas me disseram o mesmo. Quem sai aos seus... O nosso pai escrevia magnìficamente e foi durante largos anos um brilhante jornalista/cronista/articulista do seu próprio jornal de parceria com um seu irmão, meu tio. Jornal publicado numa das nossas Províncias Ultramarinas.

    Desde muito cedo começou, por assim dizer, a minha faceta de 'escritora'. A minha primeira 'incursão' na escrita, vista à distância, ainda me deixa admirada... Contudo a minha ousadia correu lindamente e sem erros ortográficos ou sintácticos! E se atendermos à minha pouca idade não é coisa pequena.

    Por volta dos meus quinze anos, por graça mas também para testar o meu eventual 'talento', resolvi escrever uma crítica de cinema sobre um filme que adorei, porventura mais do que ele valia, dada a minha paixão assolapada pelo principal actor (sim, também já fui uma cinéfila inveterada, agora não tenho paciência para ver filmes encerrada em cápsulas horrorosas, ideia americana, claro está) e que, para minha grata surpresa, foi publicada no dito jornal. Jornal que não tinha nada a ver com filmes ou cinema..., mas eu não teria fácil acesso a nenhum outro, como é evidente.

    Era um jornal de desporto, nem poderia ter sido doutro modo dado o meu pai e tio serem adeptos ferrenhos de futebol desde a juventude de ambos em Coimbra, onde praticaram desportos vários e naturalmente futebol, como aliás todos os estudantes nesses (e nestes) tempos e cidade. Não obstante o meu tio - era ele quem dirigia o jornal; os artigos e crónicas do meu pai seguiam via aérea da Metrópole, assim chamada - leu a crítica, gostou e abriu um espaço dedicado ao "cinema" propositadamente para incluir o meu artigo. Claro que este facto me encheu de orgulho.

    Pouco tempo depois, numa das muitas viagens com a família, tive a sorte e a felicidade enormes de conhecer e entrevistar esse actor e alguns mais. E a escrita ficou-se por aí.
    Bastantes anos depois comecei a escrever umas coisas. Hoje é mais poesia.

    Quanto a tratar-me por Maria, não só pode como deve. É assim que todos, família e amigos, me tratam desde sempre.
    Maria

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