Dos Fortes e dos Fracos

Devo, em primeiro lugar, dizer que nunca prezei o Instituto de Odivelas, por não me ser simpática a aplicação de ritos e disciplina militares ao Belo Sexo, cujo encanto associei sempre a uma certa indisciplina e... civilidade. Posto o que, em nada me surpreende a extinção ora decidida. Num País onde é reconhecidamente fraco o aproveitamento escolar e consabidamente forte a obsessão de igualar por baixo, um estabelecimento que produzisse elites era uma afronta, além de que, para um regime eternamente em convivência penosa com as Armas que utopicamente defendessem a Nação, núcleos de casta formadores até passam por afronta. Nada de novo, portanto. Mas quando já não se detecta grande vontade de salvaguardar património humano, ao menos que se poupe as pedras: o Forte de Santo António, no Estoril, foi um dos espaços físicos onde mais se decidiu quanto à sobrevivência nacional, no Século XX. Veio a ser, depois, afectado a colónia de férias do colégio em vias de extinção. Fica o voto de que o não liquidem, como o vizinho de S. João da Cadaveira, que era da Guarda Fiscal, servira para o repouso de filhos de militares e está transformado numa ruína à espera do dinheiro duvidoso que o transmute em espaço turístico. Com a importância que tem o monumento, ao menos que o cuidem, com a má motivação - mas eficácia plausível - de ter sido onde o seu (deles) odiado Salazar terminou a carreira de governante, com o célebre acidente da cadeira.

4 comentários:

  1. Diz que a Senhora Dona Lili Caneças foi aluna do aludido estabelecimento. Cai pois por terra a argumentação do Meu Querido Amigo, sobre o efeito ... hãmmm... repressivo e disciplinador....:)))
    Bem, a verdade é que tive uma colega, que de facto tinha ar de marechala, agia como coronela e só ao fim de muitos anos soube que tinha sido uma menina de Odivelas, quando me confessou que não tinha ginecologista, isso para ela era muito complicado, o médico de familia chegava muito bem. Não, não vivia do outro lado do mundo, mas em pleno centro de Cascais....

    Beijinho

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  2. Ehehehehe, Querida Ariel, digamos em meu abono que pensava mais na dureza do tratamento infligido, do que nos resultados dele. Mas veja como o meu concelho (não é erro ortográfico, não) se revela florilégio de antagónicos produtos dum mesmo sistema educativo!

    Beijinho

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  3. Sou antiga aluna do Instituto de Odivelas e sempre ouvi dizer coisas a propósito do Instituto que em nada coincidiam com a realidade. Infelizmente a situação não se alterou. É pena, porque este assunto merecia ser tratado com seriedade, a começar por aqueles que decidiram extinguir sem ouvir.
    Marília

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  4. Querida Maria,
    as Pessoas que conheço que frequentaram o Instituto também falam muito diversamente dele, a começar por um simpático grupo de Alunas que conheci nos meus tempos de garboso aspirante, lá pela magnífica messe dos oficiais de Évora. Creio que é o fado das escolas destinadas a elites bem delimitadas.

    Heijinho

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